O nadador Miguel Nascimento e o skater Gustavo Ribeiro assumiram hoje a ambição de fazer história para Portugal nos Jogos Olímpicos Paris2024, nos quais a lançadora Liliana Cá quer esquecer as más recordações de Tóquio2020.
Habitualmente reservada, talvez até um pouco avessa a eventos públicos, Liliana Cá foi uma das atletas ‘convocadas’ para a apresentação do protocolo ente o Comité Olímpico de Portugal (COP) e a companhia aérea portuguesa TAP, na Bolsa de Turismo de Lisboa.
“Eu não estou à vontade. Mostro que estou, mas não estou. Como estão pessoas que eu conheço ainda me integro, mas estou fora do meu mundo, é completamente diferente”, reconheceu Liliana Cá.
A atleta do Sporting, quinta classificada em Tóquio2020, reconheceu ter começado “um pouco mais tarde” a preparação esta época, “para recuperar de umas lesões”: “Mas está a caminhar para o sítio certo e, agora, é só manter o foco e esperar pelas competições, para conseguir marcas para me manter dentro das quotas de qualificação”.
No entanto, na memória ainda está a queda no Estádio Olímpico de Tóquio, após a atípica chuva no dia 02 de agosto de 2021, que a retirou da luta pelas medalhas.
“Continua [atravessado], mas é isso que me dá força para ver se consigo fazer diferente este ano”, vincou Liliana Cá.
Também fora de água, mas mais expansivo, Miguel Nascimento enalteceu a importância do acordo hoje apresentado, nomeadamente para o seu desempenho olímpico nos 50 metros livres.
“É importantíssimo, é uma forma de nos motivar e de podermos representar o nosso país da melhor forma possível. É juntar os melhores atletas de Portugal, com uma empresa muito querida, a tentarem fazer o melhor possível. Eu não sinto que me cobrem algo. Acho que potenciam o meu rendimento, são mais-valias que me dão forma e mais força para representar melhor o país e eu quero fazer história para Portugal”, afirmou o nadador do Benfica.
Depois do oitavo lugar na prova de street em Tóquio2020, Gustavo Ribeiro também procura a sua consagração, e não esconde a ambição.
“A medalha está sempre presente. Vai na cabeça e espero que venha ao peito”, começou por partilhar o skater.
Até Paris2024, Gustavo Ribeiro quer “subir mais um bocadinho” no ranking, no qual é quarto classificado, aproveitando para isso os três campeonatos de qualificação que faltam.
“De resto, é continuar o trabalho e esperar que chegue o momento. Vou continuar a fazer o que tenho feito, porque acho que a consistência é uma das chaves”, sublinhou.
A Praça da Concórdia, palco da competição olímpica, torna tudo mais especial para o representante nacional.
“É inacreditável, vai ser um espaço mítico. Já lá estive várias vezes. No fim de semana fiz questão de lá passar e saber que é num sítio que só me traz boas memórias e espero que assim continue”, referiu Gustavo Ribeiro.
A colaboração entre o COP e a TAP vai ser retomada para os Jogos Paris2024, depois da interrupção para Tóquio2020, altura em que “as circunstâncias se alteraram significativamente, porque as operações foram muito condicionadas pelas imposições da covid-19, sem margem para estabelecer um acordo semelhante”, reconheceu o presidente do organismo.
“Agora foi possível, quer do ponto de vista da operação da missão, mas também de um conjunto de vantagens e contrapartidas para os atletas que vão participar nos Jogos, do ponto de vista das viagens e da contabilização de milhas, que revertem para eles. Alargámos a cooperação e ficámos, naturalmente, muito satisfeitos”, afirmou José Manuel Constantino, em declarações à agência Lusa.
O líder do COP agradeceu a recetividade à administração da companhia aérea, reconhecendo que “seria estranho viajar para Paris com outra companhia que não a TAP”.
“Voamos com a TAP, voamos com Portugal, os Jogos Olímpicos são um momento especial, e aliamo-nos a mais um elemento identificador do país e das nossas idiossincrasias nacionais. Connosco vai mais uma parte de Portugal, que é a nossa companhia aérea”, rematou Constantino.
Na apresentação do acordo, o presidente da TAP, Luís Rodrigues, incentivou o desempenho nacional nos Jogos Olímpicos Paris2024, que vão ser disputados entre 26 de julho e 11 de agosto, prometendo, em jeito de brincadeira, aumentar a capacidade dos aviões para transportar um elevado número de medalhas.
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