O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou esta quinta-feira que não tem dúvida de que a Rússia tem os Jogos Olímpicos de Paris-2024 como alvo, em particular em termos de desinformação e cibersegurança.

"Não tenho nenhuma dúvida, incluindo o âmbito das informações", respondeu Macron, ao ser questionado sobre uma possível ameaça russa ao evento desportivo mundial, durante a inauguração do Centro Aquático Olímpico de Saint-Denis, ao norte de Paris.

A declaração foi feita após uma conversa telefónica entre o ministro da Defesa da Rússia, e o seu homólogo francês, Sébastien Lecornu, que terminou com versões diferentes sobre o que foi abordado.

Moscovo afirmou que ambos se mostraram "dispostos a dialogar" sobre o conflito na Ucrânia, mas Paris negou a versão e destacou que reiterou a sua disposição para "maiores interações" com a Rússia na luta contra o terrorismo após o atentado de 22 de março na capital russa.

O chefe de Estado francês criticou assim os "comentários bacocos e ameaçadores" da Rússia após a conversa, ainda mais depois de Moscovo ter insinuado que os serviços secretos franceses poderiam estar envolvidos no atentado.

A França, que desde 2015 sofreu 22 atentados, decretou nível máximo de alerta - "urgência de atentado" - após o ataque de 22 de março na Rússia, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) contra uma casa de espetáculos de Moscovo, que matou 144 pessoas.

Apesar da ameaça, Macron reiterou que o plano "privilegiado" para a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, em 26 de julho, é o que está previsto para as margens do rio Sena, embora o governo tenha alternativas "caso as circunstâncias exijam".

Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos acontecerão em França no período entre 26 de julho e 8 de setembro. A cidade deve receber pelo menos 10 milhões de turistas.