A Grã-Bretanha vai perder a medalha olímpica de prata dos 4x100 metros masculinos de Tóquio2020, por 'doping' de um dos seus atletas, anunciou hoje o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), passando o Canadá a segundo na corrida.
A situação deve-se ao já conhecido caso de Chijindu 'CJ' Ujah, entretanto suspenso pela Agência Mundial Antidopagem (AMA) por um ano pelo consumo de substâncias proibidas. Em amostras colhidas em Tóquio, foram encontrados vestígios de Ostarina e de S-23, dois esteroides suspeitos de facilitar o aumento muscular.
O castigo sobre 'CJ' Ujah arrasta a desclassificação dos outros três integrantes da estafeta, que eram Zharnel Hughes, Richard Kilty e Nethaneel Mitchell-Blake.
Na final da estafeta, disputada a 06 de agosto de 2021 e em que triunfou a Itália, de Marcell Jacobs, atrás da Grã-Bretanha chegaram à meta o Canadá e a China, que assim são promovidos às medalhas de prata e de bronze. Os tradicionais favoritos dos Estados Unidos não se apuraram para final.
"Aceito a decisão do TAS com tristeza", reagiu Ujah em comunicado, publicado pela UK Athletics, a federação inglesa da modalidade. "Queria clarificar o facto que consumi sem o saber um complemento alimentar contaminado e que essa é a razão de uma regra antidopagem ter sido violada durante os Jogos de Tóquio", explicou.
"Quero pedir desculpas aos meus colegas, às suas famílias e equipas pelas consequências que isto tem para eles", acrescenta a nota de Ujah. "Estou desolado que isto lhes tire a medalha para a qual tão duramente trabalharam e por tanto tempo e que mereciam amplamente", refere ainda o velocista suspenso, que assume que vai "lamentar o sucedido para o resto da vida".
A revelação do controlo positivo de 'CJ' Ujah foi conhecida logo a seguir aos Jogos de Tóquio, juntando-se então a uma péssima série de resultados dos britânicos, o que levou à demissão da diretora geral e do diretor técnico da UK Athletics.
As regras antidopagem do Comité Olímpico Internacional de da federação internacional da modalidade, a World Athletics, preveem a desclassificação automática de qualquer estafeta se um dos seus integrantes for condenado pela violação das regras em questão.
Esta situação é a única, até ao momento, em termos de perdas de medalhas em Tóquio2020, mas há casos bem mediáticos no passado, nomeadamente o ouro de 2008 perdido pela Jamaica em masculinos e pela Rússia em femininos e a prata de 2012 perdida pelos Estados Unidos, em masculinos - ou ainda, no plano individual, o que aconteceu com o canadiano Ben Johnson e a norte-americana Marion Jones.
A decisão do TAS é tornada pública no mesmo dia em que é conhecido o castigo de 10 anos imposto à velocista nigeriana Blessing Okagbare, excluída dos Jogos antes das meias-finais de 100 metros em Tóquio.
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