A organização Human Rights Watch (HRW) pediu hoje ao Comité Olímpico Internacional (COI) que exclua os desportistas afegãos das competições internacionais, enquanto os talibãs que governam o país mantenham a proibição das mulheres praticarem desporto.
“Desde que os talibãs tomaram o Afeganistão milhares de mulheres e meninas viram ser-lhes negado o direito de praticarem desporto, de terem oportunidades de educação, estudos e de chegarem ao mais longe possível na saúde mental e física proporcionada pelo desporto”, indicou a diretora das iniciativas globais da HRW, Minky Worden.
“O COI não deveria perder um dia mais para afastar os talibãs do movimento olímpico, retirar-lhes estatuto e parar o financiamento que o COI lhes proporciona”, acrescentou Worden.
Dentro do mesmo contexto, a HRW lembra que em outubro de 1999 o COI suspendeu o comité olímpico do Afeganistão, até 2003, face à proibição também imposta pelos talibãs das mulheres praticarem desporto.
Esse período de proibição, interrompido quando os Estados Unidos invadiram o Afeganistão em 2001, já após os ataques de 11 de setembro, regressou no último ano, com o regresso do regime talibã ao poder.
“Em resultado, algumas mulheres e miúdas desportistas afegãs esconderam-se, destruíram provas da sua ligação ao desporto, tal como medalhas e equipamentos. Muitas permanecem no Afeganistão, impossibilitadas de treinar e praticar desporto de forma segura”, justificou a HRW.
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