O grupo de trabalho para a igualdade de género do desporto, recentemente criado, vai elaborar até janeiro uma proposta de estratégias, com aplicação prática, que visem o aumento da taxa de participação feminina, afirmou hoje a coordenadora do projeto.

“Vamos trabalhar a questão da igualdade no desporto, de forma transversal, tentando identificar as especificidades das várias modalidades, num trabalho que só faz sentido se forem ouvidos os vários intervenientes, e as federações”, disse Leila Marques, à agência Lusa.

A antiga nadadora paralímpica explicou que o grupo, que baseará o seu trabalho em números do Instituto Nacional da Estatística (INE), quer chamar “pessoas com trabalho na área, as federações desportivas e outros agentes como treinadores, árbitros e dirigentes”.

Leila Marques considerou essencial que a proposta a apresentar tenha aplicabilidade prática, entendo que isso só será possível se “desde cedo forem ouvidos todos os envolvidos no na questão, de forma a perceber a realidade e não apenas teorias”.

Segundo a antiga atleta, o grupo vai basear-se na realidade existente, espelhada nos número dos INE, mas também em exemplos de países com bastante na trabalho na área, como os Países Baixos, e nos contributos fornecidos pela União Europeia.

A vice-presidente do Comité Paralímpico de Portugal (CPP) referiu ainda que o grupo pretende também olhar para a questão dos atletas transgénero, que tem estado a ser analisada por várias federações internacionais de modalidade.

Leila Marques foi nomeada na quarta-feira, para coordenar o grupo de trabalho para a igualdade de género do desporto, após reunião do Conselho Nacional do Desporto (CND).

Além de vice-presidente do Comité Paralímpico, Leila Marques foi presidente da Comissão das Mulheres do Desporto do Comité Olímpico de Portugal, chefe da Missão Paralímpica Tóquio2020 e participa regularmente em conferências sobre igualdade de género no Desporto.

“O destacado percurso da Dra. Leila Marques enquanto atleta e dirigente, bem como a sua longa participação pública na defesa da igualdade de género no Desporto, corresponde à exigente missão que tem agora em mãos, com vista à apresentação de um Plano de Ação 2023/26”, afirmou o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, em declarações à agência Lusa.