Joaquim Gomes mostrou-se hoje indignado pelo facto de os jornais desportivos portugueses preferirem colocar nas primeira página “azeiteiros” que ninguém conhece em vez de darem destaque à Volta a Portugal em bicicleta.
“Fico zangado, indignado quando vejo as primeiras páginas dos jornais desportivos recheadas de azeiteiros. É grave para um líder da Volta a Portugal olhar para um jornal e ver jogadores desconhecidos nas capas dos jornais”, disse o diretor da prova na conferência de imprensa que se seguiu à cerimónia protocolar, no Marquês de Pombal, em Lisboa.
Joaquim Gomes frisou aos jornalistas que a sua atitude era um alerta, em nome de todas as modalidades: “É altura de os [jornais] desportivos olharem para as outras modalidades com respeito”.
“Se não fosse a Volta não haveria Rui Costa nem Tiago Machado. O público português não é tão estúpido que queira levar com as polémicas do Jorge Jesus todos os dias”, defendeu, em tom irritado, considerando “inadmissível o que se está a passar”.
O diretor da organização recordou que milhões de pessoas acompanharam a edição deste ano, quer na televisão, quer na estrada.
“Não sei se agora vão impor represálias à Volta do próximo ano, mas isto não se admite”, finalizou.
A organização de Volta a Portugal em bicicleta decidiu hoje, em conjunto com o pelotão, não abrir o tradicional champanhe para celebração do vencedor, o espanhol Gustavo Veloso, em protesto com a comunicação social.
A organização, liderada por Joaquim Gomes, explicou então à agência Lusa que pretendia demonstrar o seu descontentamento pela pouca cobertura dada pelos meios de comunicação portugueses, nomeadamente pelos jornais desportivos, à 77.ª edição da prova 'rainha' do calendário português.
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