A seleção portuguesa de futebol apenas conseguiu chegar à fase final de um Mundial começando a qualificação em casa numa ocasião, em sete tentativas, mas já não era anfitrião de um arranque há 33 anos.
Em 24 de janeiro de 1965, no Estádio Nacional, a formação das ‘quinas’ goleou a Turquia por 5-1 e viria a alcançar o Mundial de 1966, no qual conseguiu, na estreia, um terceiro lugar que ainda é hoje a sua melhor classificação de sempre.
O ‘rei’ Eusébio foi a grande figura desse encontro, ao conseguir um ‘hat-trick’, ele que seria o grande ‘herói’ dos ‘magriços, com mais quatro golos na qualificação e nove na fase final, para se sagrar o melhor marcador.
Face aos turcos, os também malogrados Coluna e Jaime Graça apontaram os outros tentos da seleção das ‘quinas’, que se superiorizaria no agrupamento a turcos (1-0 fora), checoslovacos (1-0 fora e 0-0 em casa) e romenos (2-1 em casa e 0-2 fora).
Este apuramento é, porém, exceção, já que nas restantes seis vezes em que começou em casa, Portugal acabou sempre eliminado, sendo que até triunfou na maioria das vezes (quatro), cedendo apenas um empate e uma derrota.
O empate aconteceu na primeira vez que começou em casa, frente à Irlanda do Norte (1-1), na corrida ao Mundial de 1958, enquanto o desaire foi selado por um ‘bis’ do polaco Gregorz Lato, na campanha falhada para a edição de 1978.
Quanto aos triunfos, o 6-0 ao Luxemburgo, o 3-0 à Roménia, o 4-0 ao Chipre e o 1-0 ao Luxemburgo não ‘empurraram’ Portugal para as fases finais de 1962, 1970, 1974 e 1990, respetivamente.
Para chegar às fases finais, Portugal arrancou quase sempre com triunfos em reduto alheio, o que aconteceu nos Mundiais de 1986, 2002, 2006, 2010 e 2014.
As ‘vítimas’ foram a Suécia, derrotada em 1984 por 1-0, mais precisamente por um golo do ‘bi-bota de ouro’ Fernando Gomes, a Estónia, batida em 2000 por 3-1, a Letónia, que perdeu em 2006 por 2-0, Malta, goleada por 4-0 em 2010 e o Luxemburgo, ao qual a formação lusa se superiorizou por 2-1 em 2012.
Nas duas últimas ocasiões, a seleção nacional apenas chegou à fase final no ‘play-off’, primeiro face a Bósnia-Herzegovina e, depois, à Suécia, de Zlatan Ibrahimovic.
Portugal logrou os seis primeiros apuramentos começando com triunfos, mas, o derradeiro, o sétimo, e quinto consecutivo, ‘nasceu’ de um desaire por 2-0, na Suíça, no primeiro jogo oficial que a seleção lusa disputou como campeã europeia em título.
Em 06 de setembro de 2016, a formação das ‘quinas’, sem Cristiano Ronaldo, ainda a recuperar da lesão sofrida na final do Euro2016, a ‘de’ Éder, perdeu por 2-0 em Basileia, onde marcaram Breel Embolo, aos 23 minutos, e Admir Mehmedi, aos 30.
Apesar do arranque em falso, os comandos de Fernando Santos venceriam, depois, os restantes nove encontros de qualificação, o último na receção à Suíça (2-0), em 10 de outubro de 2017, para selar um lugar na prova marcada para a Rússia.
No que respeita às eliminações, seis começaram com jogos em casa e outros tantas com encontros em reduto alheio, numa lista que inclui duas derrotas imensamente pesadas, a primeira com a Espanha, por 9-0, para o Mundial de 1934, e a segunda com a Áustria, por 9-1, para a edição de 1954.
Em três ocasiões, Portugal falhou o Mundial após empates a zero, dois deles com a Escócia, o primeiro dos quais inesquecível, face a uma exibição magnífica do guarda-redes português Bento, que parou tudo, mesmo tudo, numa atuação para a lenda.
Na corrida ao Mundial de 1938, o primeiro encontro – e único – foi em campo neutro, em Milão, com a Suíça, e Portugal perdeu por 2-1, de nada valendo um tento de Peyroteo, que nunca teve a oportunidade de mostrar os seus dotes numa grande competição.
A seleção portuguesa de futebol arranca na quarta-feira para a sua 21.ª qualificação para um Mundial de novo em Itália, mais de oito décadas depois, agora em Turim, casa emprestada de Portugal para receber o Azerbaijão, culpa da covid-19.
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