O julgamento do caso João Pinto prossegue na segunda-feira, com a acareação entre José Veiga, Luís Duque e Rui Meireles, devido a diferentes versões dos arguidos, acusados de alegada fraude fiscal na contratação do futebolista pelo Sporting, em 2000.
Na audiência na 6.ª Vara do Tribunal Criminal de Lisboa, com início às 10h00, Luís Duque, presidente da Sporting SAD na altura da transferência de João Pinto, e Rui Meireles, diretor do departamento financeiro da estrutura acionista do clube, serão confrontados com as declarações de José Veiga na última sessão.
A 25 de junho, José Veiga responsabilizou o responsável pelo departamento financeiro do Sporting em 2000 pela alegada fraude fiscal na contratação do futebolista João Pinto, esquema que o Ministério Público (MP) entende que lesou o Estado em quase 700.000 euros.
O empresário afirmou que o prémio de assinatura de quatro milhões de euros, atribuído ao então futebolista através da empresa britânica Goodstone, foi «uma forma de o Sporting não pagar impostos».
Acentuou Veiga que foi o «Sporting que tratou da operação com quem representava a Goodstone», que o clube «foi o único beneficiado nesta operação» e que o agente FIFA, que esteve envolvido na contratação como «amigo» de João Pinto, não teve qualquer ligação à Goodstone.
O empresário considerou mesmo «falsa» uma declaração nos autos em que a Goodstone referia que Veiga era seu representante.
Rui Patrício, advogado de Luís Duque e Rui Meireles, requereu ao tribunal a acareação por entender que o depoimento do empresário colocou «em confronto várias versões».
Deferida pelo coletivo de juízes, a acareação estava dependente da possibilidade de Rui Meireles viajar de Angola para Portugal, o que se confirmou durante a semana finda.
Também João Pinto, atual diretor da Federação Portuguesa de Futebol para as seleções, volta a estar presente no tribunal, depois de ter sido dispensado pelo coletivo de juízes para se juntar à equipa portuguesa no Euro2012, na Polónia e na Ucrânia.
O ex-futebolista João Pinto, José Veiga, Luís Duque (atual administrador executivo da Sporting SAD) e Rui Meireles foram acusados em meados de janeiro de 2011 pelo MP de fraude fiscal e branqueamento de capitais.
A acusação refere que o Estado foi lesado no valor correspondente ao imposto a cobrar e o MP deduziu pedido de indemnização no montante de 678.490,23 euros.
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