O Ministério Público (MP) deduziu acusação contra um homem suspeito de ter assaltado por duas vezes as instalações da sede da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em fevereiro de 2013, informou hoje a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL).
De acordo com uma nota publicada na página da PGDL na Internet, o arguido, de 41 anos e que se encontra em prisão preventiva desde 02 de dezembro de 2013 ao abrigo do processo, está acusado de dois crimes de furto qualificado, praticados durante o dia 09 de fevereiro de 2013 e nessa madrugada.
"Segundo ficou indiciado, o arguido introduziu-se nas instalações da FPF, em Lisboa, através do escalamento de uma escada de serviço/emergência do prédio contíguo, das quais saltou para o terraço que lhe deu acesso ilegal a tais instalações. Uma vez no seu interior e naquelas duas vezes, o arguido apropriou-se de três computadores portáteis da FPF e de vários objetos pertença da FPF", refere a PGDL.
Dois dos computadores levados da sede federativa pertenciam ao presidente do organismo, Fernando Gomes, e à sua assistente e, dias após o assalto, fonte policial adiantou à Lusa que o outro pertencia ao presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, Vítor Pereira.
"Os assaltantes dirigiram-se diretamente ao gabinete do presidente da FPF e limitaram-se a levar os computadores do dr. Fernando Gomes e da sua assistente. Não procuraram mais nada nem levaram quaisquer outros objetos de valor muito mais elevado do que os referidos computadores, indiciando que tinham um objetivo claro e muito específico", explicou a FPF em comunicado emitido horas após o assalto.
Na mesma nota, Fernando Gomes garantiu que não se sentia afetado com aquilo que classificou de "estratégias de intimidação" e deixou um lamento: "Fico triste por constatar o nível a que alguém terá descido para me tentar atingir ou intimidar mas estou completamente tranquilo e perfeitamente à vontade porque quem tiver acesso aos meus dados apenas vai encontrar um trabalho sério, rigoroso e transparente".
"Não sei quem terá encomendado este crime mas posso desde já dizer a essas pessoas que as estratégias de intimidação ou tentativas de me desviar do meu objetivo de lutar por um melhor futebol cada vez melhor não surtirão qualquer efeito, mesmo que recorram a métodos criminosos como este", referiu, então, o presidente da FPF.
A nota da PGDL acrescenta ainda que o homem agora acusado pelo MP de ser o responsável pelo assalto à FPF, é também suspeito de no dia 24 de fevereiro de 2013, "se ter dirigido ao Hotel Radisson, em Lisboa, e com uso de uma chave falsa introduziu-se no quarto de um hóspede, situado no 5.º andar, de onde retirou um computador portátil".
Além disso, a PGDL refere que o arguido é também suspeito de na madrugada de 01 para 02 de setembro de 2013, ter entrado num escritório na Rua Artilharia 1, em Lisboa, "ao qual tinha acedido através de andaimes existentes no prédio, tendo-se apropriado de vários objetos, nomeadamente um computador portátil, máquina de calcular e um Ipad".
O homem vai ser julgado por um tribunal coletivo.
A investigação foi dirigida pela 5.ª Secção do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa e executada pela PSP.
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