O Sporting vai passar o Natal na liderança isolada da Primeira Liga, depois de receber e vencer o FC Porto por 2-0 no Estádio José Alvalade, no encontro que encerrou a jornada 14 da prova. O sueco Viktor Gyokeres foi, uma vez mais, a figura dos leões, com um golo e uma assistência, naquele que foi o primeiro triunfo dos verdes e brancos sobre o rival nortenho para o campeonato desde 2016.
Num encontro que colocava frente a frente as duas equipas que, à entrada para esta jornada, lideravam a classificação em igualdade pontual, o Sporting marcou cedo, aos 11 minutos, num excelente golo de Gyokeres, após belo trabalho sobre Pepe, que viria a ser expulsão com vermelho direto a abrir a segunda parte. Depois, o sueco, que já tinha visto um golo ser-lhe anulado a fechar a primeira parte, assistiu Pedro Gonçalves para o 2-0.
Primeiros minutos divididos...até que surge Gyokeres
Com um contratempo de última hora, dada ausência do capitão Seba Coates, Rúben Amorim surpreendeu ao oferecer a titularidade na esquerda, mantendo assim Matheus Reis na ala esquerda e lançando Geny Catamo de início na ala direita. Do lado do FC Porto a novidade residia no regresso de João Mário como lateral direito.
Os primeiros minutos foram divididos, e nos primeiros dez minutos a bola praticamente não chegou junto de nenhuma das balizas. Mas, aos dez minutos, a bola chegou aos pés de Gyokeres, descaído para a esquerda, na grande área do FC Porto. Marcado por Pepe, o avançado sueco mostrou toda a sua força e qualidade técnica: levou a melhor sobre o defesa internacional português, puxou para o pé direito e rematou rasteiro, para ao primeiro poste, para o fundo das redes, surpreendendo Diogo Costa e levando Alvalade à loucura.
O FC Porto tentou reagir mas, endiabrado, o sueco tentou nova arrancada pouco depois, em novo frente a frente com Pepe. Desta feita o defesa do FC Porto teve de recorrer à falta, e viu a cartolina amarela, estavam decorridos 15 minutos de jogo.
Dragões recompõem-se, mas não criam perigo
Aos poucos o FC Porto conseguiu, enfim, serenar e começar a ter a bola controlada no meio-campo do Sporting, ainda que continuassem a ser os leões a dar sempre sinal de serem capazes de criar mais perigo, com vários lances de contra-ataque que, com melhor definição e menos precipitação, poderiam ter tido outro desfecho.
A turma de Sérgio Conceição, essa, apesar de mandar na posse de bola, não conseguia criar lances de perigo e, aos poucos, o ritmo do encontro diminuiu, com muitas paragens e alguns desentendimentos entre jogadores.
O primeiro remate digno desse nome do FC Porto na primeira parte surgiu apenas aos 40 minutos, por Evanílson, com Adán a controlar a trajetória da bola, que saiu por cima da trave.
Golo anulado em final de primeira parte de loucos
O jogo, pelo menos no que tocava a lances de perigo, estava calmo, mas as coisas agitaram-se em cima do minuto 45.
Numa tentativa de sair para o ataque do FC Porto, Eduardo Quaresma recuperou a bola, tabelou com Hide Morita e cruzou para a área onde apareceu Gyokeres a fuzilar Diogo Costa de cabeça para o fundo das redes. Alvalade explodiu de alegria uma vez mais, mas o lance foi ao VAR, por possível falta do defesa leonino sobre João Mário antes da combinação com o nipónico e Nuno Almeida, árbitro da partida, depois de ver as imagens, invalidou o 2-0.
E, ainda com os ânimos por serenar, o FC Porto criou, no período de descontos, a sua única grande ocasião de golo dos primeiros 45 minutos, valendo ao Sporting Adán a segurar a vantagem leonina. João Mário cruzou para o segundo poste, Galeno cabeceou para golo, mas o guardião leonino negou o empate.
Expulsão a abrir segundo tempo abre 'via verde' para o triunfo leonino
E se a primeira parte terminou agitada, a segunda começou de forma idêntica, com Pepe a ser expulso por vermelho direto aos 51 minutos. depois de uma falta assinalada a favor do FC Porto, o veterano defesa central atingiu Matheus Reis quando tentava afastar o adversário, numa altura em que o jogo estava parado. Uma vez mais alertado pelo VAR, Nuno Almeida foi ver as imagens e expulsou o capitão portista.
Em superioridade numérica e em vantagem no marcador, o Sporting tentou aproveitar o espaço que tinha à sua disposição e quase fez o 2-0 por Pedro Gonçalves. Na grande área azul o branca, o camisola 8 dos leões trabalhou bem e atirou em jeito para defesa fantástica de Diogo Costa.
Foi um aviso para o que viria a acontecer pouco depois, com Pedro Gonçalves a marcar mesmo. Grande passe de Geny Catamo para Gyokeres e o sueco, lançado em profundidade, tocou para o lado, onde Pote só teve de encostar para o segundo golo da equipa de Rúben Amorim.
Motivado, o Sporting quase fez o 3-0 logo depois, mas Diogo Costa voltou a brilhar para negar o bis a Pedro Gonçalves e, na resposta, o FC Porto também ameaçou. Em boa posição, contudo, Taremi permitiu a defesa de Adán.
Minutos finais sem grande história
No quarto de hora final o FC Porto arriscou o tudo por tudo, tentando inverter o rumo dos acontecimentos mesmo em inferioridade numérica, mas foi o Sporting que continuou a ameaçar chegar ao terceiro golo, aproveitando os espaços concedidos e o facto de ter um homem a mais em campo.
Gyokeres e a sua força e velocidade continuaram a dar dores de cabeça à defesa contrária e o sueco quase ofereceu novo golo a Pedro Gonçalves mas este, na cara de Diogo Costa, atirou ligeiramente ao lado.
Apesar de tentar, o FC Porto não conseguiu verdadeiramente voltar a ameaçar reduzir sequer a desvantagem no marcador e o jogo foi caminhando para o fim, com a bola a entrar, ainda assim, uma vez para dentro de cada uma das balizas, sem que nenhuma contasse. Galeno colocou a bola no fundo das redes do Sporting, Paulinho (que entretanto havia substituído Marcus Edwards) colocou-a no fundo das redes do FC Porto, já nos descontos, mas ambos os lances foram invalidados.
O triunfo permite ao Sporting - que segue 100 por cento vitorioso a jogar em casa - isolar-se no topo da tabela classificativa, com 34 pontos, mais um do que o Benfica e mais três do que o FC Porto. O leão vai passar o Natal na liderança.
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