A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) revelou hoje que os delegados ao jogo de Belenenses SAD e Benfica recusaram o adiamento da partida da 12.ª jornada, que foi finalizada pelo árbitro aos 48 minutos, no sábado.
“Imediatamente antes da reunião preparatória do jogo, o delegado da Liga Portugal questionou os delegados de jogo dos clubes sobre a possibilidade de adiamento, tendo sido afirmado por ambos que essa hipótese não se colocava”, refere o comunicado emitido pelo organismo, no site oficial.
No sábado, o Belenenses SAD entrou em campo com apenas nove jogadores disponíveis para defrontar o Benfica - dois deles guarda-redes -, devido a um surto do novo coronavírus que atingiu o plantel, e o encontro acabaria por ser interrompido no arranque da segunda parte, aos 48 minutos, depois de os ‘azuis’ terem ficado sem o número mínimo de futebolistas legalmente exigido para o desenrolar de um jogo (sete).
Para a segunda parte do encontro, o Belenenses SAD regressou com apenas sete jogadores, mas a lesão de um elemento originou o fim do encontro, que o Benfica vencia por 7-0 ao intervalo, com golos de Kau (01 minuto), na própria baliza, Seferovic (14 e 39, de penálti), Weigl (27) e Darwin (32, 34 e 45).
A direção da LPFP reuniu-se hoje de emergência, tendo manifestado uma “enorme consternação pela imagem extremamente negativa que o sucedido deu do futebol nacional”, tendo sido “consensual” que o “profissionalismo e qualidade” do futebol profissional português foram colocados em causa.
A LPFP avançou com uma participação disciplinar para o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), para averiguação de “eventuais responsabilidades”, e pediu uma “reunião urgente com a Secretaria de Estado da Saúde, Secretaria de Estado da Juventude e Desporto e Direção-Geral da Saúde, para análise da atual situação e antecipar eventuais mudanças nos protocolos”.
De resto, o organismo questionou a decisão da delegada de Saúde, quando se suspeitava da “existência da estirpe Ómicron no plantel do Belenenses SAD, agora confirmada através de análises preliminares efetuadas pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA)”.
“A Liga Portugal questiona qual o critério que levou a delegada de Saúde a não considerar os nove jogadores disponíveis como contactos de alto risco, sendo que alguns deles tiveram, comprovadamente, contacto direto no jogo anterior com elementos positivos. A Liga Portugal questiona, também, se, ao longo deste processo, todos os agentes desportivos presentes no estádio do Jamor não deveriam ter sido informados deste facto e dos riscos a si associados (previamente ao jogo) e pergunta às autoridades de saúde quais foram os critérios seguidos para serem libertados três jogadores a menos de uma hora do início do encontro”, pode ler-se no comunicado.
Perante esta situação, a LPFP vai trabalhar, com caráter de urgência, numa “proposta de revisão das normas relevantes do Regulamento das Competições organizadas pela Liga Portugal, de forma a reforçar os mecanismos à disposição da direção para atuar em matéria de adiamento de jogos”.
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