O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Pedro Proença, assina esta quarta-feira um artigo de opinião no qual aborda o impacto financeiro dos jogos de futebol sem público que, revela, provocaram uma quebra de 127 milhões de euros.
"Valeu a pena não desistir. Terminada a temporada é imperativo partilhar uma palavra sincera de reconhecimento com todas as Sociedades Desportivas por terem acreditado também elas na retoma das competições", começa por agradecer no artigo publicado no Anuário do Futebol Profissional Português.
"O término da Liga NOS permitiu minorar a catástrofe financeira que pendia sobre os clubes, com perdas que poderiam ascender aos 318,5 milhões de euros, caso a época não tivesse sido finalizada. Ainda assim, não podemos deixar de registar que, com as 10 últimas jornadas da Liga NOS realizadas sem público, as quebras de rendimento expectáveis estão na ordem dos 127 milhões de euros", revelou Pedro Proença.
O presidente da Liga salienta ainda que este é "um valor incomensurável e que revela uma fragilidade que, em 2020, o Futebol Profissional português não devia ter! A covid-19 realçou, ainda mais, algumas das vulnerabilidades existentes no setor, sinalizando, no topo destacado dessa lista, a obrigatoriedade de se avançar, de uma vez, para adoção de reconhecidos modelos internacionais, sem quais o regulador da competição continuará inoperante na busca de soluções que defendam a sustentabilidade financeira das Sociedades Desportivas e a redução das assimetrias crescentes entre clubes pertencentes a uma mesma competição".
Para a próxima temporada, Pedro Proença não escondeu o desejo de devolver os adeptos aos recintos. "Deixando claro que a saúde pública virá sempre em primeiro lugar, tornar-se incompreensível que o Desporto como atividade de entretenimento que é, esteja a ser marginalizada em relação a todas as outras de lazer e cultura. Precisamos do vibrar dos cânticos dos adeptos do calor dos seus festejos e da força das suas paixões! Não nos podemos silenciar ao observar que todas as atividades culturais, incluindo a tauromaquia (!), tenham, e bem, recebido luz verde para receber espectadores e se mantenha um critério diferente para os espetáculos desportivos, com o impacto que isso acarreta no plano financeiro para a indústria", rematou o dirigente da Liga.
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