Depois de, quinta-feira, o Tondela ter confirmado que a Autoridade Tributária e Aduaneira esteve nas instalações do clube a propósito da operação Fora de Jogo, de forma a conferir documentos relativos à transferência de um jogador, o jornal 'A Bola' avança esta sexta-feira que essa investigação por parte do fisco junto do clube beirão está relacionada com a a transferência de Yordan Osorio do Tondela para o FC Porto.

Osorio, defesa-central venezuelano, chegou aos 'dragões' por empréstimo na janela de mercado de Inverno da temporada de 2017/18, mas com uma cláusula de compra obrigatória por parte do clube azul e branco a ser acionada no final da época.

O jornal 'A Bola' explica que no Relatório e Contas referente ao exercício de 1 de julho de 2018 a 30 de junho de 2019, o FC Porto dava conta de que tinha pago pelo defesa a soma de 1.969.522 milhões de euros por 50 por cento dos direitos económicos sobre o atleta. Depois, a 30 de junho de 2020, os 'dragões comunicaram ter adquirido a restante parcela do passe de Osorio por 1,5 milhões de euros.

5 perguntas (e respostas) sobre o processo Fora de Jogo
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Osorio acabou por disputar apenas um encontro pela equipa principal dos 'azuis e brancos', tendo sido emprestado ao V. Guimarães logo no início da temporada de 2018/19, jogando 30 encontros e apontando dois golos. Depois foi cedido ao Zenit, onde disputou 16 partidas e, no verão de 2020 foi vendido pelo FC Porto ao Parma, com a SAD portista a comunicar no Relatório e Contas consolidado do primeiro semestre de 2020/21 mais valias de 1.003.618 milhões de euros.

O que é a 'Operação fora de jogo'

Esta operação surge depois de uma investigação iniciada em 2015, que contou com a colaboração das autoridades fiscais de Espanha, França e Inglaterra. Este caso, que visa negócios obscuros do futebol português, teve origem nas revelações feitas por Rui Pinto no site 'Football Leaks'.

Em causa estão suspeitas da prática de factos suscetíveis de integrarem crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais. As buscas desta quarta-feira focam-se em suspeitas de negócios simulados entre clubes de futebol e terceiros, com valores a rondar os 15 milhões de euros.