Na ressaca da derrota europeia durante a semana, o FC Porto chegava a Famalicão com a expectativa de voltar aos triunfos para alcançar o Benfica e o Sporting no topo do campeonato, ainda que à condição.

Para o duelo com o sétimo classificado da I Liga, Sérgio Conceição atirou aos lobos o menino João Mendes, que a par de Jorge Sánchez substituíram nas alas Zaidu (no banco) e João Mário (lesionado), titulares na Catalunha durante a semana.

No centro da defesa, ao lado do capitão Pepe, Fábio Cardoso manteve-se como escolha inicial, apesar do regresso de David Carmo à convocatória, após o castigo cumprido na Catalunha.

Do lado dos famalicenses, equipa em claro crescimento após uma entrada algo atribulada no campeonato, uma alteração anunciada: para o lugar de Otávio Ataíde, expulso na Luz para a Taça de Portugal, o técnico da equipa minhota lançou Justin de Haas.

Quem não marca, sofre. Não é assim?

O início de jogo em Famalicão em nada fazia prever o que foi realmente a primeira parte. Foi cedo, logo aos 8 minutos, que os dragões mostraram ao que vinham. Depois da entrada forte, a pressionar alto e sem deixar a equipa da casa sair em construção, os azuis e brancos abriram o marcador. Na sequência de um cruzamento de Pepê e de uma bola mal aliviada para a entrada da área, Evanilson encheu o pé e atirou sem hipóteses para Luís Júnior. É o 10.º golo da época para o ponta de lança brasileiro.

O jogo estava vivo e sete minutos depois lance polémico na área do FC Porto. Pepe travou a progressão de Cádiz já perto da área, a equipa da casa pediu penálti, mas após indicação da Cidade do Futebol, o lance seguiu: Cádiz estava fora-de-jogo.

O Famalicão crescia em campo e reagia bem ao golo sofrido, respondendo da melhor forma com uma sucessão de ataques perigosos, mas sem a clarividência necessária para os concretizar em golo.

O que esteve muito perto de acontecer, aos 23 minutos. Puma Rodríguez ganhou em velocidade ao lateral mexicano do FC Porto para cruzar à medida para Cádiz, novamente Cádiz, imparável no jogo. Passou ao lado o remate do avançado do Famalicão.

O Famalicão continuava a explorar o jogo em profundidade e aos 34 minutos, Fábio Cardoso viu um amarelo por travar Cádiz, quem mais, que disparava que nem uma flecha em direção à baliza de Diogo Costa. Desde o golo, aos 8 minutos, os dragões não voltaram a incomodar Luíz Júnior.

Três minutos depois, os da casa saíram em contra-ataque a reboque de Francisco Moura. Depois de ultrapassar em velocidade Jorge Sanchéz, vislumbrou Cádiz na área que, uma vez mais, apesar da enorme exibição, continuava pouco assertivo. Desta vez, cabeceamento fraco a passar ao lado do poste esquerdo da baliza de Diogo Costa. Passava o perigo para os portistas.

Já perto do intervalo, contra a corrente de jogo, aos 41 minutos, João Mendes disparou de fora da área para uma defesa de Luíz Júnior, que sacudiu para canto. Logo de seguida, Alan Varela colocava o guardião da formação famalicense em sentido com um remate forte para nova defesa apertada. Tentava responder o FC Porto à enorme cadência ofensiva da equipa da casa, que viria a pedir penálti por alegada mão na bola de Eustáquio.

Depois de uma sequência de remates perigosos de José Luís Rodríguez e Francisco Moura, prensados no bloco defensivo azul e branco, Gustavo Sá disparou com a bola a tocar no médio luso-canadiano. António Nobre esperou indicação do VAR, mas acabou por mandar seguir sob um ruidoso coro de protesto vindo das bancadas.

Já em tempo de compensação tudo apontava na manutenção do resultado, mas o Dragão voltava a acender a chama num momento crucial e com uma eficácia letal. Eustáquio ganhou de cabeça e lançou Galeno que, embalado, descobriu Taremi em posição privilegiada.

O iraniano não se fez rogado e atirou sem hipóteses para Luíz Júnior. O avançado iraniano, que estava sem marcar desde 29 de Outubro, correu para os braços de Sérgio Conceição em jeito de dedicatória. Estava feito o 2-0, um resultado conquistado pela enorme eficácia azul e branca, que soube aguentar a tremenda pressão famalicense e aproveitar as poucas oportunidades de que dispôs.

Dragão adormeceu o jogo... e o Famalicão

No segundo tempo, o Famalicão sabia que tinha que continuar a pegar no jogo, mas fê-lo sem a mesma energia. Com muita bola, mas sem criar perigo, o primeiro lance de aperto para Diogo Costa foi aos 64 minutos. Tudo bem feito pelo conjunto minhoto: Gustavo Sá abriu para Nathan, que cruzou rasteiro para o remate venenoso de Topic. A bola saiu ligeiramente por cima, mas esteve à vista o primeiro da equipa da casa.

O FC Porto tentava adormecer o jogo e defender a vantagem de dois golos, enquanto João Pedro Sousa lançava novas peças em campo - Chiquinho por Theo Fonseca e Pablo por Gustavo Sá.

As alterações não satisfizeram o técnico do Famalicão, e minutos depois saltaram do banco Martín Aguirregabiria para o lugar de Nathan e Henrique Araújo para lugar de Cádiz, o melhor em campo do Famalicão.

Do lado do FC Porto, e quando faltavam 20 minutos para o final da partida, o técnico portista lançou Grujic e Francisco Conceição. Saíram Evanilson e Alan Varela, após queixas físicas do médio argentino.

Uma aposta clara na velocidade do extremo portista, que respondeu ao chamamento do banco. Mesmo ao cair do pano, e já com o Famalicão abatido, Chico Conceição correu meio-campo desenfreadamente para fazer o 3-0, que sentenciou (ainda mais) a partida.

Nota para o facto da equipa minhota ter ficado reduzida a 10 jogadores ao minuto 81, com Zaydou a ver o segundo cartão amarelo. Pouco depois também o treinador do Famalicão, João Pedro Sousa, recebeu ordem de expulsão, por palavras dirigidas à equipa de arbitragem.

O FC Porto volta a ganhar em Famalicão, onde não perde desde 2019.

Os dragões chegam aos 29 pontos, os mesmos de Benfica e Sporting, que só jogam domingo e segunda-feira, respetivamente.

O Famalicão mantém os 16 pontos e corre o risco de ser ultrapassado por Boavista e Portimonense, caindo assim do 7.º para o 10º lugar do campeonato.

Veja o resumo da partida