O FC Porto precisa de ser impositivo na visita ao Vitória de Guimarães, no sábado, da 11.ª jornada da I Liga de futebol, observou hoje o treinador Sérgio Conceição, esperando mais regularidade na intensidade coletiva.

“Os problemas que nos possam criar têm a ver principalmente connosco e com a forma como vamos defender. Identificando o adversário como uma equipa sólida e consistente, que, muitas vezes, ataca de uma forma simples e direta e é perigosa, temos de ter algum cuidado. Depois, há que perceber que somos o FC Porto e temos de impor o nosso jogo, controlando-o de uma maneira enérgica e com a intensidade que nos tem caracterizado, embora este ano não tanto aqui e acolá”, avaliou o técnico, em conferência de imprensa.

Os ‘dragões’ entrarão em campo na véspera do dérbi lisboeta entre o campeão nacional Benfica e o líder Sporting, na Luz, numa altura em que ocupam a terceira posição, a seis pontos dos ‘leões’ e a três das ‘águias’, mas com dois sobre o Sporting de Braga, quarto, que visita o lanterna-vermelha Arouca, e mais três face ao Vitória de Guimarães, quinto.

"É uma deslocação difícil. O Vitória de Guimarães já trocou de treinador, mas isso não se tem notado na tabela. Está a três pontos de nós e tem feito os seus resultados. Acho que o plantel tem qualidade e o seu treinador [Álvaro Pacheco] está muito identificado com a paixão e com a forma de estar e de viver dos adeptos. Cabe-nos dar uma boa resposta e ganhar o jogo”, apelou, rejeitando que haja qualquer “margem de erro” na luta pelo título.

Evitando falar do dérbi, Sérgio Conceição apontou o foco do FC Porto para os “diferentes cenários” que podem emergir na visita aos minhotos, que chegou a orientar em 2015/16.

“Estudámos e olhámos para o adversário ao pormenor. Há uma grande empatia de gente que trabalha ali dentro e vive o clube como ninguém, tal como acontece no FC Porto. Eu passei por lá e sei o que estou a dizer. Pela história, somos um clube de dimensão muito superior, mas o nosso oponente tem o seu peso. A humildade de se perceber que vamos defrontar uma equipa e um ambiente difíceis é a base para se começar a ganhar”, frisou.

O treinador reconheceu ter gostado “bastante mais” da exibição dos ‘azuis e brancos’ na receção vitoriosa aos belgas do Antuérpia (2-0), na terça-feira, da quarta ronda do Grupo H da Liga dos Campeões, em contraste com a derrota sofrida quatro dias antes em casa face ao Estoril Praia (0-1), então último classificado, para a 10.ª jornada do campeonato.

“É importante entender que, quando perdemos a bola, a recuperação defensiva não pode ser [feita] logo na nossa grande área. Isso tem acontecido algumas vezes e existe algo a rever nesse sentido. Mostrámos aos futebolistas tudo aquilo que achamos que temos de mostrar, em função dessas situações menos positivas que têm acontecido e que não são boas para a equipa”, alertou, empenhado ainda em corrigir “alguma ineficácia ofensiva”.

Samuel Portugal, Iván Marcano, Wendell, Galeno, Iván Jaime e Gabriel Veron continuam lesionados e ausentes das opções de Sérgio Conceição, que comentou a contestação ao homólogo do Benfica, o alemão Roger Schmidt, na sequência do afastamento prematuro dos ‘encarnados’ da Liga dos Campeões, com quatro desaires em outras tantas partidas.

“Há alturas em que estamos na mó de cima e toda a gente é elogiada. Quando se perde ou se está num ciclo negativo, o culpado é sempre o mesmo. Se será justo? Há casos e casos, mas a vida do treinador é esta. Eu também já passei por situações assim”, notou.

O FC Porto, terceiro classificado, com 22 pontos, a seis do líder isolado Sporting e a três do ‘vice’ Benfica, mede forças com o Vitória de Guimarães, quinto, com 19, no sábado, a partir das 20:30, no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, em duelo da 11.ª ronda do campeonato, sob arbitragem de Nuno Almeida, da associação do Algarve.