No final da Cimeira de Presidentes desta quarta-feira, o presidente do Marítimo afirmou que o momento atual do futebol português pode levar à paragem dos campeonatos, até que as ideias dos clubes sejam ouvidas pelos responsáveis do Estado.

"O futebol português tem que ser ouvido de forma séria e célere. Caso contrário, podemos correr o risco, caso as nossas pretensões não sejam ouvidas, de pensar na hipótese de pararmos os campeonatos. Sejam eles profissionais ou de formações. Os clubes e as SAD’S não são só futebol português. Não nos revemos com a forma como o futebol português anda a ser tratado", começou por afirmar Carlos Pereira.

Para o presidente dos insulares, esta pode ser a única alternativa para que os clubes sejam ouvidos. Em causa está a  Lei da Violência no Desporto proposta pelo Governo e que não agradou aos representantes dos clubes. "Falo da violência, das taxas dos seguros, as apostas, o modelo de governação. O amanhã é muito longo e nós queremos que o amanhã seja mesmo já amanhã. Os clubes têm muitas responsabilidades para cumprir e cumprem-nas. Devemos ser a indústria do País mais fiscalizada e que mais paga para o Orçamento do Estado. Como tal, queremos que este retorno seja reconhecido. A solidariedade está à mesma distância tanto de um lado como do outro", acrescentou.

"Sentimos que o Estado tem demorado muito a resolver os problemas. E não sendo resolvidos, agravam-se. Estamos muito preocupados. Se estamos a falar que podemos até parar os campeonatos, o governo que interprete como entender. O que queremos é celeridade na resolução dos processos e não que eles sejam adiados", concluiu.

No seguimento das declarações de Carlos Pereira, o presidente da Liga garantiu entender as preocupações mas lembrou que têm sido feitas reuniões com a secretaria de Estado do Desporto e Juventude, afirmando que "aquilo que o presidente do Marítimo referiu foi apenas a preocupação que levámos ao Secretário de Estado. Os clubes querem mais e querem deadlines objetivas por parte do governo. Queremos que o governo nos oiça. Somos mais de dois mil postos de trabalhos diretos no nosso país".