Não estiveram um milhão nas bancadas, mas os mais de 56 mil adeptos na Luz permitiram ao Benfica o tal registo histórico numa noite fria de sexta-feira.
As estatísticas de audiência em casa dos encarnados esta temporada responde ao momento de forma das Águias que somaram a quarta vitória consecutiva e que agora reforçam a liderança do campeonato na 23ª jornada depois da vitória por 2-0 na receção ao Famalicão.
Pela primeira vez sem Schmidt no banco (rendido pelo adjunto Jens Wissinge) e com as ausências de Chiquinho e Gonçalo Guedes, foi Gonçalo Ramos a estender a passadeira da 'Fama' com um bis a retirar as aspirações do décimo classificado.
O internacional português não só selou o jogo como acalmou os ânimos nas bancadas. Artur Soares Dias e o guardião Luiz Júnior tiravam a paciência aos adeptos benfiquistas que no final esqueceram as animosidades com os três pontos.
O jogo: A arte de Ramos aparecer no lugar certo à hora certa
Normalmente a um ponta de lança pede-se que seja letal à frente da baliza e que não precise de muito nem de grande requinte na hora de fuzilar as redes adversárias. Pois bem, Gonçalo Ramos não quis as fintas junto à baliza adversária e apareceu por duas vezes no sítio certo e no momento certo para o bis.
Esta é, num resumo flash, a história deste Benfica 2-0 Famalicão, mas há ainda mais por contar.
A primeira grande ameaça foi por Rafa que prosseguiu numa jogada individual no enfiamento da grande área e rematou para defesa atenta de Luiz Júnior. Ainda era um aviso tímido e do outro lado havia um Famalicão que chegava a Lisboa para jogar à bola.
Sanca, ainda fora da área, tentou aquele que seria um grande golo num remate de pé esquerdo em arco. Vlachodimos ainda precisou de voar, mas a bola passou ao lado.
Nas bancadas, a impaciência não era tanto pelo 0-0, mas mais pelas decisões de Artur Soares Dias e pelo tempo que o guardião adversário demorava na reposição de bola.
Tudo sanou perto do intervalo com o primeiro golo de Gonçalo Ramos. O internacional português fez o 1-0 à ponta de lança em resposta a um cruzamento de Grimaldo. A equipa de João Pedro Sousa não podia ter sofrido o golo em pior altura.
No segundo tempo, a história não foi muito diferente. O Benfica mantinha-se por cima das incidências e primeiro foi Neres a rematar com a bola a passar perto do poste e depois Luiz Júnior a voar para defender aquele que seria o bis de Gonçalo Ramos. Instantes depois, foi Rafa a cabecear ao poste.
A polémica tornava as bancadas ensurdecedoras e foi novamente Ramos a serenar os ânimos. Já em tempo de descontos, o internacional português fez o 2-0 com a mesma receita do primeiro. Aparecer no sítio certo à hora certa na recarga ao primeiro remate de Grimaldo.
Estendeu-se assim a passadeira da 'Fama' ao camisola 88.
Momento do jogo: 1-0 de Ramos no fechar da primeira parte
O desalento de uns é a tranquilidade de outros. Esta é uma velha máxima do futebol que se viveu na noite de sexta-feira na Luz. Aos 36 minutos, num jogo em que o nó não parecia desatar para os dois lados, Gonçalo Ramos apareceu no sítio certo para fazer o 1-0.
Se para João Pedro Sousa, a estratégia caiu toda por terra antes do intervalo, a equipa orientada por Jens Wissing chegou confortavelmente ao período de descanso sem os fantasmas do último jogo em casa com o Boavista.
Os melhores
Gonçalo Ramos - Uma noite de sonho para Gonçalo Ramos na Luz. O camisola 88 foi o matador de serviço e fez o bis da vitória dos encarnados.
Grimaldo - Não se pode acusar o lateral espanhol de não ter tentado o golo. Entre livres diretos e remates de meia-distância, a bola nunca seguiu o caminho das redes até ao minuto 93 em que não entrou, mas permitiu a recarga para o 2-0 de Gonçalo Ramos. Fora isso, ainda assistiu para o primeiro golo.
Otamendi - Um verdadeiro líder na defesa do Benfica. Apesar das poucas oportunidades do Famalicão, o central argentino mostrou-se seguro em travar qualquer investida dos visitantes, sendo imperial também nos desarmes.
Luiz Júnior - Um papel ingrato para um guarda-redes que sofre dois golos num jogo. Ainda assim, Luiz Júnior tardou como pôde o 1-0 e, posteriormente, o 2-0 com algumas defesas de belo efeito. Destaque para a intervenção aos 68 minutos a remate de Ramos.
O lado menos bom: Entrada do Famalicão no segundo tempo
Quando se pedia uma reação à equipa de João Pedro Sousa depois do golo sofrido perto do intervalo, a verdade é que no segundo tempo parecia o Benfica a correr atrás do resultado e não o contrário. Houve algumas aproximações à baliza de Vlachodimos por parte do Famalicão, mas que não impediram os encarnados de gerirem confortavelmente o resto do encontro e selar a vitória com o 2-0.
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