Em semana de festa, Conceição só tinha um dado em mente: vencer o Vitória de Guimarães e terminar o ano com mais dois recordes. Apesar de ainda estarem em 'modo festa', Marcano, o mais sereno de todos, teve cabeça para deixar o Dragão 2017/2018 com números históricos: melhor defesa, melhor ataque (para já), mais vitórias, menos derrotas. A tarde ainda deu para lançar mais dois campeões, chegando aos 30 os jogadores utilizados por Conceição na Liga.
O jogo: difícil foi arranjar motivação para meter intensidade nas jogadas
Conceição tinha pedido seriedade e respeito pelo emblema que os jogadores levavam ao peito. O técnico sabia que este seria um dos jogos mais difíceis, numa semana atípica:os jogadores estiveram a festejar na noite de sábado da semana passada, quando souberam que eram campeões, continuaram em modo festa no domingo, dia em que venceram o Feirense em casa. A festa continuou pela noite dentro e nem mesmo os dois dias de folga dado por Conceição foram suficientes para recuperar as pernas, depois de uma época intensa e desgastante.
O técnico do FC Porto queria muito fechar a época com 'chave de ouro' mas, ao mesmo tempo, dar os minutos que alguns jogadores mereciam, de modo a também serem campeões. Por isso não foi surpresa a entrada de Vaná para a baliza, ele que fez a sua estreia. Conceição mudou seis jogadores em relação a equipa que venceu o Feirense na semana passada, com destaque para a titularidade de Maxi, Óliver Corona e Gonçalo Paciência.
No primeiro tempo, Conceição insistiu muito que os jogadores colocassem mais intensidade e rapidez nos movimentos e na troca de bola. Mas não era fácil. Gonçalo Paciência era dos mais rematadores mas terminou a Liga sem qualquer golo pelo FC Porto. Do lado minhoto, Rafael Martins era o principal alvo das jogadas de Raphinha e Heldon. Mas a melhor oportunidade no segundo tempo caiu nos pés de Wakaso. O ganês teve boa oportunidade após grande jogada de Heldon mas falhou.
No segundo tempo o FC Porto arranjou forças para subir um pouco a intensidade no jogo, pareceu mostrar mais garra e querer em vencer. E foi de bola parada que surgiu o golo, num cabeceamento de Marcano, a passe de Alex Telles. Sétimo golo do central espanhol esta época, ele que poderá ter feito o último jogo com a camisola azul-e-branca (acaba contrato em junho e ainda não renovou). Foi mais uma assistência de Alex Telles, a 18.ª em toda a época, 13.º na Liga.
Até ao final ainda deu para lançar mais um campeão, Fabiano, ele que não jogava no FC Porto desde o pesadelo de Munique (derrota 6-1 frente ao Bayern na Liga dos Campeões). O guarda-redes brasileiro esteve quase um ano fora dos relvados, devido a lesão. No final do jogo emocionou-se muito e foi abraçado por Vaná e Sérgio Conceição. O jogo marcou também a despedida de Moreno, ele que, aos 36 anos, deixou o Vitória de Guimarães onde esteve 11 épocas. Raphinha também se despediu dos minhotos, ele que va jogar no Sporting na próxima época. Marcano, autor do golo, terá feito também o seu último jogo pelos 'dragões', tal como Maxi. Os dois, juntamente com Diego Reyes e Iker Casillas, terminam contrato no final de junho e tudo indica que vão deixar o FC Porto.
A equipa de Sérgio Conceição termina a época com dois recordes: nunca o FC Porto tinha terminado com tantos pontos uma edição da I Liga ( o melhor registo era de Mourinho que, em 2002/2003, conquistou 86 pontos); além disso, igualou a melhor pontuação de sempre na Liga portuguesa, que o Benfica de Rui Vitória tinha conseguido em 2015/2016 (88 pontos). Os 'dragões' acabam com a melhor defesa da prova, melhor ataque, mais vitórias, menos derrotas.
Momento-chave: jogo resolvido no 'laboratório' do Dragão
Teria de ser na bola parada que o FC Porto haveria de resolver o jogo. Aos 69 minutos, um canto de Alex Telles encontrou a cabeça de Marcano na zona de penálti. Cabeceamento muito bem colocado, naquele que foi o 10.º golo de canto obtido pelos 'dragões' esta época.
Os Melhores: Marcano e Alex Telles, a sociedade do recorde
Pelo golo que marcou mas também pela seriedade em todas as jogadas, Marcano merece ser destacado. Também Alex Telles, com mais uma assistência, o 18.º na temporada. Do lado minhoto, Heldon e Rafael Martins foram os mais perigosos.
Os piores: Violência nas bancadas e no exterior do estádio
Mais um jogo em que os adeptos do Vitória de Guimarães envolveram-se em escaramuças com a polícia. Antes do jogo começar, alguns adeptos dos minhotos tinham agredido de forma bárbara um adepto do FC Porto que, mesmo no chão, continuava a ser pontapeado. Lamentável.
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