A manhã desta sexta-feira contou com mais uma audiência do 'caso dos emails' no Juízo Central Criminal de Lisboa. A sessão contou com o testemunho de Adão Mendes, antigo observador de árbitros da Federação e Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
Adão Mendes falou sobre os 'emails', Francisco J.Marques (um dos arguidos no caso) e afirmou ainda de que foi roubado.
"Tive conhecimento da divulgação dos emails uns dias depois de começarem a ser divulgados. O meu filho avisou-me que andavam a falar de mim nesse programa e, por isso, comecei a ver. Senti-me roubado daquilo que era meu. Algumas coisas que foram ditas não estavam escritas e outras não era verdade. A ordem dos emails era trocada", afirmou Adão Mendes.
Relativamente à divulgação de uma lista de árbitros, o antigo observador defendeu de que se tratavam de nomes que, no seu entender, deveriam estar no patamar profissional, sublinhando a idoneidade dos mesmos.
"Sempre achei os árbitros honestos, não estava a colocar em causa a sua honestidade. Alguns, passados estes anos, continuam no ativo, é sinal de que nada lhes foi apontado", sublinhou.
Nesta audiência, foi possível também ver esclarecida a origem dos famosos termos "padres" e "missas" nas trocas de emails com Pedro Guerra.
"Quando falei em missas referia-me a jogos de futebol. Os padres eram os árbitros e as missas eram os jogos. Fala-se assim desde as camadas jovens. Não é qualquer código, era uma forma de dizer a que sítio íamos arbitrar", clarificou Adão Mendes.
O antigo observador ainda esclareceu o famoso email com a frase "apaga tudo", e a razão pela qual usou tal expressão.
"Talvez por ingenuidade. Não sou suficientemente burro para mandar apagar tudo porque sei que isso não valia de nada", disse.
Adão Mendes aproveitou para acusar Francisco J.Marques de mentir, mais propriamente no que toca à evolução da carreira do seu filho, árbitro assistente.
"No programa, o Francisco J. Marques disse na televisão que o meu filho subiu, subiu, subiu…. Senti-me atingido com essa mentira, porque o meu filho só chegou ao terceiro escalão", afirmou.
O caso dos 'emails' tem como arguidos Francisco J.Marques, atual diretor de comunicação do FC Porto, Júlio Magalhães, antigo diretor do Porto Canal, e Diogo Faria, comentador televisivo. Os três estão acusados de violação de correspondência e de acesso indevido
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