Roman Abramovich surge esta manhã numa lista de sete indivíduos ligados ao regime de Vladimir Putin a quem o governo do Reino Unido aplicou novas sanções.
O ainda dono do Chelsea (está a tentar vender a parte que detém do clube), tem agora os bens congelados e enfrenta igualmente uma proibição de negócios com indivíduos ou empresas do Reino Unido, bem como uma proibição de viagem.
Para já, a porta-voz de Roman Abramovich disse à agência Reuters que ainda não pode comentar o anúncio destas sanções.
Citado pela BBC, o primeiro ministro britânico, Boris Johnson, afirmou que "não pode haver refúgios seguros" para aqueles que apoiam a invasão.
Chelsea fica em maus lençóis
O governo britânico explicou ainda que vai manter a licença do Chelsea sob revisão constante, emitindo contudo uma licença especial que permitirá que sejam efetudos pagamentos.
A ministra do Desporto do Reino Unido, Nadine Dorries, sublinhou que o governo está a trabalhar de forma a garantir que o Chelsea e o futebol inglês não sejam prejudicados de forma desnecessária com as sanções agora aplicadas.
"Temos trabalhado arduamente para garantir que o clube e o desporto nacional não sejam desnecessariamente prejudicados por estas importantes sanções. Para garantir que o clube possa continuar a competir e operar, vamos emitir uma licença especial que permitirá que os jogos sejam cumpridos, os funcionários sejam pagos e os titulares de bilhetes assistam aos jogos enquanto, crucialmente, Abramovich é privado de beneficiar da propriedade do clube”, anunciou na rede social Twitter.
O jornal 'Daily Mail' explica que, apesar desta licença especial, o Chelsea FC fica, salvo sejam aplicadas outras medidas abonatórias, impedido de vender bilhetes para os seus jogos, contratar novos jogadores e terá de fechar a loja do clube. Isto apesar de o estatuto do clube como 'bem cultural', explica a mesma publicação, garantir aos 'blues' uma licença especial para continuar a jogar, ainda que Abramovich não possa daí retirar quaisquer lucros.
Assim, prossegue aquela publicação, tal significa que apenas os adeptos já portadores de bilhetes de época poderão assistir aos jogos do clube e que este não poderá acertar novos contratos, ficado se a situação se mantiver impedido de se envolver o mercado de transferências de verão.
Abramovich tinha anunciado no início do mês que iria vender o clube campeão da Europa e do mundo de futebol, “devido à atual situação” em que a Rússia invadiu a Ucrânia, prometendo reverter os lucros para as vítimas do conflito.
Dorries admitiu que esta situação cria "alguma incerteza, mas o Governo trabalhará com a Liga e os clubes para permitir que o futebol continue a ser jogado, garantindo que as sanções atinjam os pretendidos”.
O governo britânico anunciou hoje novas sanções contra sete oligarcas russos, incluindo o dono do Chelsea, Roman Abramovich, e o antigo sócio, Oleg Deripaska, com o congelamento de bens e proibição de viagens.
Roman Abramovich, de 55 anos, tem participações na metalúrgica Evraz, na Norilsk Nickel e é dono do Chelsea FC desde 2003.
Em 2005, vendeu uma participação de 73% na petrolífera russa Sibneft à gigante do gás estatal Gazprom por 9,870 mil milhões de libras (11,770 milhões de euros) e o património líquido é estimado em 9.400 milhões de libras (11.200 milhões de euros).
“É um dos poucos oligarcas da década de 1990 a manter a proeminência sob [o presidente russo, Vladimir] Putin”, vincou o Governo britânico.
O visto de investidor no Reino Unido do russo expirou em 2018, ano em que obteve a nacionalidade israelita.
Em 2021 Abramovich tornou-se cidadão português através da lei que beneficia os descendentes de judeus sefarditas expulsos no final do século XV, mas deixou de ter um visto de investidor no Reino Unido.
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