Depois de há dias ter passado a liderança do Chelsea a uma junta diretiva, Roman Abramovich anunciou, esta quarta-feira, ter colocado o clube londrino à venda, na sequência da invasão da Ucrânia por parte da Rússia. Segundo o ainda dono dos 'blues', os lucros gerados nesta transação serão doados "a todas as vítimas da guerra na Ucrânia".

Encerra-se, assim, um ciclo de quase 20 anos, marcado por muitos títulos e contratações milionárias. Desde que se tornou proprietário do Chelsea, em 2003, Abramovich conquistou um total de 21 troféus, com destaque para duas Ligas dos Campeões, cinco campeonatos ingleses e duas Ligas Europa.

Entre as contratações mais caras das últimas duas décadas, há um português a destacar no 'top 30', numa lista liderada pelo belga Romelu Lukaku - contratado por 113 milhões de euros ao Inter Milão.

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Roman Abramovich, cuja fortuna pessoal é estimada em cerca de 16 mil milhões de dólares, comprou o Chelsea em 2003 por 140 milhões de libras (186 milhões de dólares) e, desde então, fez enormes investimentos no clube.

O magnata foi um pioneiro na Premier League, abrindo caminho para outros investidores, como o também russo Alisher Usmanov, que entrou no capital do Arsenal em 2007, até chegar a 30%, antes de vender toda a sua participação em 2018 com um lucro enorme.

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Agora, o russo de 55 anos confirma a decisão "de vender o clube, por acreditar ser nos melhores interesses de clube, adeptos, funcionários, patrocinadores e parceiros".

Esta urgência de Abramovich estará relacionada com eventuais sanções de que poderá ser alvo por parte do governo britânico, na sequência de sanções aos oligarcas russos devido à invasão da Ucrânia por parte do Kremlin.

"Nunca foi um negócio, nunca foi pelo dinheiro, mas antes por pura paixão pelo futebol e pelo clube. Instruí a minha equipa a criar uma fundação através da qual todos os lucros líquidos da venda serão doados [às vítimas da guerra em solo ucraniano]", explica Abramovich.

Os candidatos à sucessão

A confirmação de que o Chelsea está à venda fez disparar o interesse no emblema londrino. O jornal britânico 'The Times' escreveu no último sábado que o homem mais rico do Reino Unido, o diretor da INEOS, Jim Radcliffe, poderia estar interessado na compra do Chelsea.

Radcliffe já tinha abordado Abramovich em 2019, mas desistiu do negócio devido ao alto preço pedido pelo russo (3,6 mil milhões de euros) e acabou por investir no Nice, de França.

Na quarta-feira, o 'Telegraph' juntava Loutfy Mansour, multimilionário egípcio, à lista de potenciais interessados. Com apenas 33 anos, Loutfy é o dono da Man Capital, principal empresa do vasto portefólio dos Mansour, cuja fortuna está avaliada em mais de 7 mil milhões de euros.

Conor McGregor, um dos nomes mais mediáticos da história do UFC, já mostrou vontade de comprar os 'blues'. Na sua conta no Twitter, o lutador irlandês publicou uma mensagem onde afirma que "Gostaria de explorar o Chelsea", exibindo, simultaneamente, o print de uma conversa no WhatsApp sobre a possível aquisição do emblema de Londres.

Anteriormente, McGregor já tinha manifestado interesse em entrar no mercado do futebol, quando tentou comprar o Celtic Glasgow.