Os capitães das seleções de Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos e Suíça não vão, afinal, utilizar a braçadeira arco-íris alusiva aos direitos da comunidade LGBT durante os jogos do Mundial 2022.

Esta decisão foi anunciada esta segunda-feira, num comunicado conjunto, e surge depois de a FIFA ter avisado que os jogadores seriam penalizados com um cartão amarelo caso o fizessem.

"A FIFA deixou clara que iria sancionar os nossos capitães caso estes usassem a braçadeira em campo durante os jogos. Enquanto federações, não podemos colocar os nossos jogadores nessa posição, dado que as sanções podem incluir cartões, pelo que tivemos de pedir aos nossos capitães que não usem essa braçadeira nos jogos do Mundial", lê-se no referido comunicado, tornado público pela BBC.

"Estávamos preparados para pagar as multas que normalmente são impostas neste tipo de violação de vestuário. Mas não podemos colocar os nossos jogadores nessa situação porque, visto que podem até ser forçados a deixar o relvado. Estamos bastante frustrados com esta decisão da FIFA. Demos conta desta nossa intenção em setembro, mas não obtivemos resposta. Jogadores e treinadores estão desiludidos. Continuam determinados a apoiar a inclusão e em mostrá-lo diariamente", acrescenta a mesma nota.

Inicialmente integrada na iniciativa ‘One Love’ (Um Amor), a França já tinha anunciado, através do seu capitão, o guarda-redes Hugo Lloris, que não iria usar a braçadeira.

Desde que foi escolhido para organizar o Mundial2022 de futebol, que se iniciou no domingo e decorrerá até 18 de dezembro, o Qatar tem sido alvo de várias críticas, nomeadamente no que diz respeito às suas posições em matéria de direitos humanos, das questões LGBTQ+ e de abuso sobre os trabalhadores migrantes.

Perante este contexto, algumas federações uniram-se em setembro na vontade de se expressarem com a iniciativa ‘One Love’, defensora de igualdade, em que eram apologistas do uso simbólico de uma braçadeira com a inscrição e as cores do arco-íris.

A FIFA, que se manteve silenciosa em relação ao assunto, optou no sábado por apresentar as suas próprias braçadeiras para os capitães, com mensagens mais generalistas, como “Salve o planeta”, “Educação para todos” ou “Não à discriminação”.

Já hoje, o órgão máximo do futebol comunicou que os capitães usariam a mensagem “não à discriminação”, a partir dos quartos de final da competição.