A fase final do Mundial de futebol de 2022, que se realiza no Qatar, de 21 de novembro a 18 de dezembro, vai obrigar a gerir as condições físicas e técnicas dos jogadores.

Esta foi uma das conclusões da quarta edição do FuteCOM, o Encontro Nacional dos Gabinetes de Comunicação e Imprensa do Futebol Profissional, englobado no âmbito da Final Four da Taça da Liga.

Luís Boa Morte, treinador adjunto do Fulham, alertou para a forma como se terá de gerir a capacidade dos jogadores, não só dos selecionados, como também dos que ficam sem competição.

“A gestão tem de ser feita. Há que perceber o que fazer com os jogadores que ficam e os que regressam do mundial”, adiantou, lembrando que quem volta do Qatar “terá uma mudança bruta de rotinas”.

“Além da temperatura adversa, mesmo com a climatização dos estádios, há ainda o 'jet lag', que por vezes demora dez a 15 dias a passar”, salientou o ex-jogador.

Também o treinador do Al-Duhail, Luís Castro, questionou se quem ficará mais desgastado serão os poucos jogadores que ficam nos clubes, se os que vão à seleção.

“Ainda agora terminei o treino com seis jogadores. Estes jogadores são muito mais violentados psicologicamente do que os jogadores que estão na seleção”, adiantou.

Segundo o treinador do Independiente Del Vale, Renato Paiva, o impacto do mundial nos jogadores não se fará sentir nas primeiras semanas.

“Haverá um impacto mental, que os obriga, por vezes, a jogar dois jogos por semana”, além de “muito trabalho de estudo e de informação coletiva e setorial, somados às decisões que têm de tomar no decorrer dos jogos, mais o cansaço periférico”.

Tudo isto poder-se-á fazer sentir mais à frente “na altura das decisões dos campeonatos”, “o que será prejudicial para os clubes”, referiu.

Renato Paiva considerou no pós-mundial, a pausa não será grande, mas nos “dez a 15 dias de paragem para o regresso, será necessário manter alguma atividade ligeira para não se perder a condição técnico-tática e forma desportiva”.

Já Luís Castro afirmou que há duas situações que poderão estar favorecidas com a realização do mundial na data agendada: “A dimensão física, pois os jogadores vão aparecer mais frescos no campeonato do mundo, e a nível psicológico, pois vão surgir muito motivados, porque não têm ainda o desgaste das competições”.

Para o técnico, não será difícil mudar o ‘chip’ no regresso à competição interna. “Os jogadores e as equipas técnicas de hoje têm uma capacidade de adaptabilidade muito grande. O jogador sai do seu campeonato num sábado e entra na ‘Champions’ numa terça ou quarta, volta ao campeonato e entra numa taça. O profissionalismo hoje é fantástico”, destacou.

Luís Castro afiançou ainda que a forma como os jogadores vão regressar vai “depender muito do que se passar” na prova. “Há jogadores que chegarão aos clubes muito motivados, outros desiludidos. Alguns regressam em novembro, outros em dezembro. Há equipas mais afetadas que outras”, referiu.

O diretor clínico do Sporting, João Pedro Araújo, afirmou ainda que as condições no Qatar “vão ser de excelência”, não havendo risco de doenças endémicas – desconhece-se o que acontecerá com a pandemia de covid-19 – pois “é um país seguro ao nível da alimentação e tem qualidade na hotelaria e nos serviços médicos prestados”.

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