Os governos português e marroquino salientaram hoje a candidatura comum dos dois países, juntamente com a Espanha, para a organização do Campeonato do Mundo de Futebol em 2030, considerando tratar-se de um elo entre África e Europa.
Esta posição consta da declaração conjunta assinada pelos executivos de Lisboa e Rabat no final da XIV Reunião de Alto Nível Luso-Marroquina, no Palácio Foz, em Lisboa, e que foi presidida pelos primeiros-ministros de Portugal, António Costa, e de Marrocos, Aziz Akhannouch.
“Os dois países congratulam-se com a candidatura tripartida de Marrocos, Espanha e Portugal para acolher o Campeonato do Mundo de Futebol de 2030, que constitui um precedente na História do futebol, reunindo pela primeira vez países de dois continentes diferentes. Esta candidatura conjunta será o elo de ligação entre a África e a Europa, entre o Norte e o Sul do Mediterrâneo e entre os mundos africano, árabe e euro-mediterrânico”, salienta-se na declaração conjunta.
Neste documento, é destacado também o ponto relativo à decisão dos dois países de avançarem para uma parceria estratégica ao nível das relações políticas bilaterais.
“Portugal congratula-se com a dinâmica de abertura, progresso e modernidade que Marrocos está a viver, através da implementação de ambiciosas reformas de modernização lideradas por sua majestade o rei, Mohammed VI, nomeadamente o novo modelo de desenvolvimento, a regionalização avançada, a estratégia nacional de desenvolvimento sustentável, bem como o novo projeto de solidariedade social, entre outros”, refere-se.
Em matéria de diálogo políticos, os executivos de Lisboa e de Rabat assinalam então que “acordaram em elevar as suas relações bilaterais ao nível de uma Parceria Estratégica Global, com base no Tratado de Amizade, Boa Vizinhança e Cooperação assinado entre os dois países em maio de 1994, e nos instrumentos de cooperação e diálogo que permitiram estabelecer uma base sólida para o desenvolvimento das relações bilaterais nas suas dimensões política, económica e cultural”.
“Esta parceria estratégica será construída através do reforço de um diálogo político permanente, da promoção de visitas de chefes de Estado e de Governo e de altos funcionários de diferentes setores governamentais e da coordenação das posições respetivas de Portugal e de Marrocos em questões de interesse comum e de âmbito regional e internacional, bem como da concretização de parcerias bilaterais em áreas de interesse comum, nomeadamente para fazer face aos novos desafios geopolíticos, económicos e climáticos globais”, lê-se no documento.
Nesse sentido, Portugal e Marrocos acordam na criação de um conselho de parceria, co-presidido pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, “que servirá de quadro para o diálogo e a consulta sobre questões bilaterais, regionais e internacionais”
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