Luiz Felipe Scolari é um treinador que já está na história do futebol e que tem também muitas histórias para contar. Esta, a do recorde de vitórias consecutivas em Campeonatos do Mundo, começa em 2002, quando ‘Felipão’ era o timoneiro do Brasil. O fim, esse, acontece apenas em 2006, já com as cores lusitanas. Mas já la chegaremos…
A 3 de junho de 2002 deu-se o primeiro passo, com um triunfo por 2-1 sobre a Turquia. Foi o arranque de uma caminhada imparável da seleção canarinha, rumo ao inédito “penta” do futebol mundial. Os golos de Ronaldo e Rivaldo bastaram para cantar vitória, num samba que se repetiu nos seis jogos seguintes da competição.
A fase de grupos do Mundial 2002 ficou completa para o Brasil com as goleadas diante da China (4-0) e Costa Rica (5-2). Neste momento, Scolari já sorrira por três vezes, ultrapassando não só os seus rivais em campo, mas também os muitos detratores e opositores à sua liderança fora de campo.
Com o início das rondas a eliminar, o ‘sargento’ brasileiro provou o porquê de se referir a esta fase como o “mata-mata”. E como Luiz Felipe Scolari sempre foi um treinador prudente, não deixou os seus créditos por “vitórias alheias”, continuando a somar… e seguir.
Primeiro a Bélgica (2-0, oitavos de final), depois a Inglaterra (2-1, quartos de final), a seguir já conhecida Turquia nas meias-finais (1-0) e, por fim, a tão desejada final com a Alemanha, onde se viria a impor com um tranquilo 2-0. Sem o mesmo apoio eficaz de Rivaldo no ataque, o brasileiro Ronaldo demonstrou o potencial que o levou ao epíteto de Fenómeno, contribuindo com dois tentos para a festa canarinha na final.
Se sete triunfos seguidos já eram uma marca impressionante, o mínimo que se poderá dizer é que Scolari fez questão de elevar a fasquia. Dito e feito, a história dos Mundiais celebra agora o registo de 11 (!) jogos sempre a festejar.
Despido das cores do ‘penta’ em 2002, Scolari acabou por ser recebido como um herói em Portugal no ano 2003. Foi com ele que se construiu o sonho do Euro2004, mas passou sobretudo por ele a boa campanha alcançada em 2006, na Alemanha. Já não se ouvia o samba, agora somente tocava o fado no ouvido do brasileiro que guiou Portugal até ao quarto lugar, o melhor desempenho desde o épico Mundial dos Magriços, em 1966.
A metade inicial deste caminho estava percorrida, restava aos portugueses dar o mote para o que aí viria. Ato contínuo, a fase de grupos foi despachada com suprema eficácia (1-0 a Angola, 2-0 ao Irão e 2-1 contra o México).
O derradeiro capítulo deu-se com a Holanda, a 25 de junho de 2006, em Nuremberga. No Mundial alemão, foi um brasileiro ‘vestido’ de português a salvar o futuro, mas até o futuro tem um fim. E esse momento chegou com o 11º triunfo, o primeiro que já não cabia nas suas mãos.
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