Jesús Gil y Gil, histórico e polémico presidente do Atlético de Madrid, tomou muitas decisões controversas, mas uma das mais conhecidas foi terminar com o futebol juvenil no clube devido aos graves problemas financeiros que assolavam os 'colchoneros'. Apesar de ser um confesso adepto do Atlético, o jovem Raúl González aceitou mudar-se para o rival Real Madrid em 1992 e deu início a uma longa e profícua relação.
A fama de Raúl já vinha de trás e, quando surgiu na equipa principal, em 1994/95, com apenas 17 anos, conseguiu agarrar a oportunidade que lhe foi concedida pelo técnico Jorge Valdano. Estreou-se numa derrota diante do Zaragoza, mas manteve-se na primeira equipa e logo no segundo jogo defrontou o “seu” Atlético: o Real venceu por 4-2, Raúl marcou um golo e escreveu a primeira página dourada dos seus 16 anos como sénior dos Blancos, culminada com o título de campeão espanhol no final dessa época, o primeiro de 17 troféus que ajudou a conquistar. No currículo de Raúl estão três Ligas dos Campeões, com a curiosidade de ter marcado em duas dessas finais, num total de 71 golos em 142 jogos na liga milionária.
Foram muitas as estrelas que partilharam a responsabilidade do ataque com Raúl, mas o goleador espanhol foi sempre um dos titulares e tornou-se uma lenda do clube: hoje é o jogador com mais jogos pelo Real Madrid (741) e chegou a ser o melhor marcador da história dos Merengues (323 golos), entretanto superado por Cristiano Ronaldo.
Em 2010, decidiu deixar o Real Madrid e experimentar o futebol alemão, onde continuou a marcar golos com a camisola do Schalke 04, além de ter atingido as meias-finais da Champions. Jogou ainda no Al-Sadd, do Qatar, antes de terminar a carreira em 2015, no New York Cosmos, dos Estados Unidos.
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