É uma decisão histórica em Espanha: ex-jogadores do Bétis e antigos dirigentes do Osasuna foram condenados a penas de prisão efetiva, entre um e oito anos, por corrupção desportiva ativa em 2013-2014. Diz o jornal Marca que esta é a primeira vez que se condenam jogadores da Liga Espanhola por corrupção, com pena efetiva. Esta condenação só foi possível graças a uma confissão gravada em vídeo em 2015.

Este que ficou conhecido com o o 'Caso Osasuna' foi julgado esta sexta-feira no Tribunal de Navarra. Na leitura da sentença, o tribunal sublinhou que as provas recolhidas permitem concluir que os dirigentes do Club Atlético Osasuna, Miguel Archanco, Juan Antonio Pascual Jesús Peralta, e o diretor da equipa, Ángel María Vizcay, aliciaram os jogadores do Bétis, Amaya e Torres, com o pagamento de uma quantia global de de 650 mil euros para influenciar os resultados da Liga Espanhola na época 2013-2014. Os dois ex-jogadores do Bétis iriam receber 400 mil euros se ganhassem ao Real Valladolid (clube que estava em zona de descida, tal como o Osasuna) na 37.ª e penúltima jornada da La Liga 2013-2014 e ainda 250 mil euros para perderem na jornada 38 com o Osasuna.

Os dirigentes Ángel María Vizcay, Miguel Archanco, Juan Antonio Pascual, Jesús Peralta e Sancho Bandrés, todos do Osasuna, foram considerados culpados do crime de manipulação de resultados, assim como Antonio Amaya y Xabier Torres, antigos jogadores do Bétis. Também foram condenados os agentes imobiliários Cristina Valencia e Albert Nolla.

Foram absolvidos o ex-dirigente da Fundación Osasuna Diego Maquirriain e o ex-jogador do Bétis, Jordi Figueras.

Os arguidos foram considerados culpados dos crimes apropriação indevida, falsificação de documentos, falsidade contabilística e corrupção desportiva. A sentença é passível de recurso.

Ángel María Vizcay foi condenado a oito anos e oito meses de prisão pelos crimes apropriação indevida, falsificação de documentos, falsidade contabilística e corrupção desportiva. Os ex-jogadores do Bétis, Antonio Amaya e Xavi Torres, foram condenados a um ano de prisão pelos crimes de corrupção desportiva.

Os condenados terão ainda de indemnizar o Osasuna em 2.340.000 euros pela saída indevida de verbas do clube.