“Sei que tenho aqui tudo o que preciso: o melhor treinador mundial e os melhores jogadores. É uma honra e um orgulho estar no maior clube do mundo”. As palavras de Luka Modrić na apresentação como jogador do Real Madrid podem parecer banais, de circunstância, mas poucos as terão proferido de forma tão sentida como o pequeno grande génio croata. Estávamos em 2012, o treinador era José Mourinho, que o conhecia de inúmeros combates na Premier League, quando defendiam cores diferentes, e só com muito sacrifício e dedicação foi possível superar todas as adversidades e chegar ali.

Luka Modrić nasceu em Zadar, na antiga Jugoslávia, em 1985 e, seis anos depois, o país desmembrou-se para dar lugar à Croácia e aos restantes Estados que constituíam o país. E foram os combates, esses reais, a que assistiu na infância que lhe moldaram o carácter, principalmente a morte do avô às mãos de rebeldes sérvios, e motivaram a família a fugir como refugiados.

A potência desportiva que era a Jugoslávia, nomeadamente no futebol, perdeu naturalmente força mas coincidiu com o aparecimento de uma talentosa geração de jogadores croatas, com Davor Suker à cabeça, que brilhou no Euro’96 e no Mundial de 1998.

Fascinado por esses jogadores, o pequeno Modrić juntava-se com outras crianças nos parques de estacionamento dos hotéis nos quais as famílias ficavam hospedadas e jogavam horas a fio, para esquecerem o pesadelo da guerra e alimentarem o sonho de um dia imitar os ídolos.

O primeiro clube de Modrić foi o NK Zadar e aos 16 anos assinou com o poderoso Dínamo Zagreb. Cresceu com empréstimos ao Zrinjski Mostar e ao Inter Zaprešić e, no regresso ao Dínamo, deu o salto para outros patamares.

Venceu três ligas, duas taças e uma Supertaça da Croácia antes de, em 2008/09, sair para o Tottenham. Em Inglaterra não conquistou qualquer título, mas a presença na Premier League e na Liga dos Campeões foram montras decisivas para convencerem o Real Madrid a desembolsar 35 milhões de euros pelo médio.

Aterrou na capital espanhola em 2012 e, desde então, ajudou os merengues a conquistar mais de uma dezena de títulos, com destaque para quatro Ligas dos Campeões. Neste período, os prémios individuais também se sucederam e, juntamente com a chamada segunda geração de ouro do futebol croata, contribuiu de forma decisiva para que o país atingisse a final do Mundial de 2018, perdida diante da França, competição da qual foi eleito o melhor jogador.

Luka Modrić participou também nos Mundiais de 2006 e 2014 e este foi o seu quarto Europeu, num total de 142 jogos e 18 golos pela Croácia. Em março ganhou o estatuto de jogador mais internacional de sempre pelo seu país e tem o recorde de nove eleições como jogador croata do ano.

Parecem motivos de sobra para deixar o avô orgulhoso.

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