O Boca Juniors, cujo autocarro foi atacado no sábado por adeptos do rival River Plate antes da segunda mão da final da Taça Libertadores, pediu hoje que o jogo seja novamente adiado para poderem jogar “em igualdade”.
“Depois dos atos de violência sofridos nas imediações do estádio, e de ter constatado a magnitude e gravidade dos mesmos, e as consequências que se deram no plantel, o Boca considera que as condições não estão reunidas e solicita a suspensão do jogo, assim como a aplicação das sanções correspondentes”, pode ler-se num comunicado do emblema de Buenos Aires.
O jogo estava previsto para sábado pelas 17:00 locais (20:00 em Lisboa), mas foi adiado duas vezes para horas posteriores, antes de passar para as 17:00 (20:00) de hoje, depois do ataque ao autocarro do Boca, a caminho do estádio Monumental, palco da segunda mão da final da ‘Champions’ sul-americana.
O dispositivo de segurança foi hoje reforçado para garantir que não se repitam os ataques, que levaram ao arremesso de pedras e ao uso de gás lacrimogéneo pela polícia, o que acabou por magoar vários jogadores.
Segundo informaram fontes policiais à EFE, foram detidas 29 pessoas na sequência dos incidentes, mas as investigações aos distúrbios causados em torno do jogo continuam.
O presidente da Confederação Sul-americana de Futebol, Alejandro Domínguez, anunciou no sábado o adiamento, dizendo que não consegue “explicar o inexplicável”, depois de o avançado do Boca Carlos Tévez ter dito, antes do anúncio do adiamento para domingo, que os jogadores estavam a ser “obrigados a jogar”.
Já hoje, Domínguez disse que “a final se joga pelas 17:00 (20:00 em Lisboa)” como planeado, ainda antes de ser conhecido o comunicado do clube ‘xeneize’.
Vários jogadores do Boca ficaram feridos, por serem sido atingidos por vidros ou devido ao uso de gás lacrimogéneo por parte da polícia, com o capitão Pablo Pérez a ter de ser assistido no hospital, antes de regressar ao estádio, com uma pala a proteger o olho esquerdo.
O dirigente do clube de Buenos Aires César Martucci explicou que o uso do gás lacrimogéneo – que provocou inflamações oculares em vários futebolistas - se deveu à necessidade de dispersar a multidão que acompanhava a passagem do veículo, que entrou no estádio com vários vidros partidos.
“Se, realmente, os jogadores (do Boca Juniors) não estavam em condições de jogar, o River Plate considerou conveniente apoiar o Boca, para que se possam recuperar e jogar a final em pé de igualdade”, afirmou o presidente do River Plate, Rodolfo D’Onofrio.
No primeiro jogo, em casa do Boca, registou-se um empate a duas bolas, depois de a partida ter sido adiada um dia devido à chuva forte que alagou o relvado do estádio La Bombonera.
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