O presidente da Mesa da Assembleia-Geral (MAG) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) recusou-se hoje a discutir novamente qualquer alteração na categorização das provas nacionais disputadas entre 1921 e 1938 enquanto for responsável por aquele órgão federativo.

José Luís Arnaut deu conta, em conferência em imprensa, na Cidade do Futebol, em Oeiras, que o “assunto ficou esclarecido” durante a AG extraordinária da FPF, pelo que, "seguramente, não será discutido” no seu mandato.

“Obviamente que este assunto ficou esclarecido e qual é a posição da AG. Não sei se voltará a ser discutido daqui a alguns anos. Presumo que dentro do meu mandato não será seguramente”, garantiu o dirigente aos jornalistas.

De acordo com José Luís Arnaut, todos os presentes na reunião magna ficaram a conhecer "as interpretações académicas relativamente às origens e consequências dos nomes”, após terem sido apresentados os três pareceres que foram a votação na AG.

“Entendemos por bem pedir pareceres a um conjunto de professores da faculdade de Lisboa e Coimbra. O Sporting também entendeu por bem entregar um parecer jurídico relativamente àquela que era a sua interpretação. Foram apresentados os pareceres, os professores vieram defendê-los e foi uma discussão muito profícua, todos ficámos esclarecidos sobre as interpretações académicas relativamente às origens e consequências dos nomes”, salientou.

Desta forma, o presidente da MAG da FPF reforçou que “a assembleia entendeu, de forma clara e inequívoca, que se devia manter a catalogação dos títulos, sem haver qualquer alteração e qualquer mudança relativamente a quem tem o quê e desde quando”.

Na reunião magna realizada na sede da FPF, na Cidade do Futebol, a maioria dos delegados (33) daquele órgão social federativo opôs-se à recontagem dos títulos, rejeitando, desta forma, os três pareceres que tinham sido levados a votação, um dos quais apresentado pelo Sporting.

Dos restantes delegados e sócios, 13 votaram favoravelmente no primeiro parecer, oito votaram a favor do terceiro e apenas um votou no segundo parecer.

O primeiro parecer levado a votação defendia que os vencedores do Campeonato de Portugal entre 1921/22 e 1933/34, e do Campeonato da Liga, disputado em simultâneo, a título experimental, entre 1934 e 1938, fossem declarados campeões nacionais, enquanto os vencedores do Campeonato de Portugal entre 1934/35 e 1937/38 seriam consagrados como vencedores da Taça de Portugal.

O segundo identificava o Campeonato de Portugal como antecessor da Taça de Portugal, que começou a ser disputada em 1938/39, e o Campeonato da Liga como correspondente do campeonato nacional.

A proposta apresentada pelo Sporting, que venceu o Campeonato de Portugal em 1922/23, 1933/34, 1935/36 e 1937/38, defendia o reconhecimento destes títulos como de campeão nacional.

Esta competição foi ainda vencida quatro vezes pelo FC Porto (1921/22, 1924,25, 1931/32 2 1936/37), três pelo Benfica (1929/30, 1930/31 e 1934/35) e pelo Belenenses (1926/27, 1928/29 e 1932/33) e uma pelo Olhanense (1923/24), pelo Marítimo (1925/26) e pelo Carcavelinhos (1927/28).

Já o Campeonato da Liga, ou Liga Experimental, foi vencido três vezes pelo Benfica (1935/36, 1936/37 e 1937/38), depois da conquista do FC Porto no ano de estreia (1934/35).

Em 19 de janeiro de 2019, o assunto foi debatido na Assembleia da República (AR), tendo os vários grupos parlamentares considerado que o reconhecimento das edições do Campeonato de Portugal realizadas entre 1922 e 1938 é matéria, dada a sua especificidade, da competência da FPF.

O tema foi levado a debate na sessão plenária na AR sob a forma de uma petição liderada por Alexandre Silva Almeida, com 4.470 subscritores, que pretendia ver reconhecidos como títulos de campeão nacional as 17 edições do Campeonato de Portugal.

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