A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e o sindicato dos jogadores estão a trabalhar na adaptação à realidade portuguesa das recomendações internacionais sobre a temática da concussão cerebral em treino e jogo, anunciaram hoje os dois organismos.

Em comunicado, a LPFP lembra que a Associação Internacional de Futebolistas Profissionais (FIFPro) e as Ligas Europeias desenvolveram “uma posição conjunta sobre a necessidade de responder adequadamente à concussão cerebral dos jogadores de futebol, quer alertando para os danos causados na saúde, quer integrando no protocolo a seguir pelas equipas e staff médico procedimentos claros na identificação e avaliação da concussão”, que deve agora ser adaptada à realidade nacional.

Nesse sentido, o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) e a Liga de clubes decidiram, segundo o comunicado, “desenvolver uma posição conjunta, na qual pretendem envolver os médicos do futebol profissional”.

As duas instituições admitem que “o caminho passa por poder adaptar as recomendações internacionais à realidade portuguesa, vindo, eventualmente, a regulamentar um plano de ação em contexto de treino e de jogo, após a identificação da respetiva concussão”.

Pedro Proença, presidente da LPFP, classifica o trabalho a desenvolver como “um passo muito significativo no sentido de proteger a saúde física e mental os jogadores” e manifesta o desejo de envolver no projeto “os departamentos médicos das sociedades desportivas”, para que estes “integrem nos seus protocolos de trabalho medidas tendentes a salvaguardar a integridade dos atletas”.

Joaquim Evangelista, presidente do SJPF, considera que “a concussão cerebral é um tema pouco falado e os dados pouco disseminados na correlação com a saúde dos jogadores a médio e longo prazo, designadamente as questões relacionadas com a demência” e lembra a importância de implementar “normas de conduta cientificamente recomendadas” e trabalhadas por vários agentes desportivos.

Na quarta-feira, o Internacional Board (IFAB) anunciou que vai ser testada, a partir de janeiro de 2021, a introdução de uma substituição adicional no caso de um futebolista sofrer uma concussão durante o jogo.

“O objetivo é evitar que o jogador em causa sofra um segundo choque na cabeça na mesma partida, o que pode ter graves consequências. A saída do jogador deixa tempo para avaliar adequadamente a sua saúde. Uma concussão pode ter efeitos tardios e pode ser inicialmente subestimada”, disse o diretor técnico do IFAB, David Elleray, através de teleconferência.