O presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, já não vai assumir o cargo para que foi eleito na direção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a seu pedido, por isso implicar deixar o lugar na FIFPro.

“O presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, informou esta quinta-feira o presidente eleito da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Pedro Proença, que entendeu não tomar posse como membro da direção da Federação”, pode ler-se em comunicado divulgado pelo Sindicato.

Segundo o mesmo documento, esta decisão deve-se à eleição de Evangelista para a direção mundial da FIFPro, maior organização global de defesa dos direitos dos futebolistas, em novembro de 2024.

Em reunião do ‘board’ deste organismo, na terça-feira, o entendimento foi de que “a eventual tomada de posse” na FPF “obrigaria de imediato à renúncia ao cargo na maior organização internacional de jogadores de futebol do mundo e, consequentemente, à perda desta posição para Portugal”.

Assim, o dirigente considerou ‘segurar’ o lugar para o país, depois de ter “demorado anos a conquistar”, bem como o facto de Portugal ir receber o Congresso Mundial FIFPro.

“Joaquim Evangelista agradece a compreensão manifestada pelo presidente eleito da FPF e reafirma o seu compromisso no apoio ao programa de governo para o próximo quadriénio da Federação Portuguesa de Futebol”, acrescenta a nota.

Horácio Antunes, presidente da Associação de Futebol de Coimbra, figura como primeiro suplente na lista apresentada por Proença para a direção.

Recorde-se que Jerry Silva, que era candidato a presidente da secção profissional do Conselho de Disciplina da FPF pela lista derrotada, de Nuno Lobo, renunciou, no sábado último, um dia depois das eleições, ao cargo para que tinha sido eleito segundo o método de Hondt aplicado.

O advogado explicou que, quando foi convidado por Nuno Lobo, assumiu o compromisso de “apenas aceitar exercer algum cargo com a eleição como presidente”, e mesmo assim se o candidato à direção também triunfasse nas eleições.

Para o Conselho de Disciplina, foram eleitos dois elementos das listas de Nuno Lobo, Cláudia Viana, na secção profissional, e Álvaro Batista, na não profissional.

Pedro Proença foi eleito para suceder a Fernando Gomes na presidência da FPF, no quadriénio 2024-2028, tomando posse na próxima segunda-feira, dia 24, em cerimónia adiada devido ao funeral de Pinto da Costa, ex-presidente do FC Porto, que adiou também a sua última Assembleia Geral como presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).

Nas eleições de 14 de fevereiro, Pedro Proença recolheu 62 votos entre os 84 delegados que votaram na Assembleia Geral eleitoral da FPF, contra 21 de Nuno Lobo, que presidiu nos últimos 13 anos à Associação de Futebol de Lisboa, tendo havido também um voto em branco.

Acompanham Proença no ‘elenco’ diretivo José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem nos últimos dois mandatos de Gomes, os ex-futebolistas Toni, Domingos Paciência e Daniel Carriço, juntamente com Sofia Teles e Pedro Xavier, das associações de Porto e Beja, e Júlio Vieira, que presidiu à associação de Leiria e integrava o elenco de Gomes, assim como Sandra Costa Parente, que lidera a empresa Liga Centralização.

O antigo secretário de Estado social-democrata Luís Álvaro Campos Ferreira vai liderar a Mesa da Assembleia Geral (MAG), que conta ainda com o socialista e também antigo governante João Paulo Rebelo.

Os outros órgãos sociais vão ser presididos por Luciano Gonçalves, que liderava a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), no caso do Conselho de Arbitragem, Ana Raquel Sismeiro o Conselho Fiscal (CF), Sandra Oliveira e Silva, que preside a Comissão de Instrutores da LPFP, o Conselho de Disciplina, e Luís Verde de Sousa para o Conselho de Justiça.

Fernando Gomes, de 72 anos, deixa a presidência da FPF após três mandatos desde a sua primeira eleição, em 10 de dezembro de 2011 – foi empossado uma semana depois, no dia 17, tendo em cima da mesa a candidatura ao Comité Olímpico de Portugal (COP).