Um mural, da autoria dos artistas Edis e Pariz One, com a representação do primeiro jogo internacional de futebol realizado em Portugal foi inaugurado sexta-feira em Benfica, imortalizando o encontro com os franceses do Stade Bordelais Université Club.
O jogo remonta a 21 de maio de 1911 e constavam nas fileiras da equipa portuguesa nomes distintos do futebol nacional como Cosme Damião (fundador do Benfica), os irmãos Stromp (fundadores do Sporting) e Artur José Pereira, na altura ainda jogador dos 'encarnados', mas que viria a fundar o Belenenses.
António Rosa Rodrigues e João Bentes, do Sporting, Carlos Sobral, Merik Barley, Eduardo Pinto Bastos e William Sissener, do CIF, e Henrique Costa, do Benfica, são os restantes jogadores representados neste mural com tons de amarelo e castanho, o que dá luz ao túnel, e que foram escolhidos em 1911 pela Associação de Futebol de Lisboa como os melhores a nível nacional, para disputarem o jogo frente aos franceses.
“Temos vindo a colocar em sítios da freguesia obras de arte urbana, arte pública moderna e contemporânea, mas que tragam, à vista de toda a gente, aquilo que Benfica tinha. Os locais importantes. Esta é especial porque a junta de freguesia de Benfica queria fazer um projeto que demonstrasse onde era o famoso campo da Feiteira, que era o campo do Sport Lisboa e Benfica, e que ficava situado entre a rua Emília das Neves e a Estrada de Benfica”, explicou Ricardo Marques, presidente da Junta de Freguesia de Benfica.
Com o objetivo de trazer os grandes marcos históricos, dar-lhes vida e colocar-lhes visibilidade, o autarca realça a importância deste moral que eleva o jogo que acabou por influenciar todo o futebol em Portugal.
“Temos ali os fundadores do Benfica, do Sporting, do Belenenses e do CIF. Num único mural agregámos muito daquilo que é a história do futebol nacional e dos seus primeiros passos. Com base nisso que abordámos o Edis e o Pariz One. Lançámos o desafio, com uma fotografia da época, que era o primeiro jogo internacional disputado em Portugal, de um coletivo de jogadores de Lisboa que se juntaram para receber um coletivo de jogadores e estudantes de Bordéus”, realçou.
Para os autores, juntaram-se vários fatores agradáveis nesta obra pois o 'atelier' fica em Benfica, ambos gostam de futebol e pintam em 'graffiti'.
“Isto deu asas a este mural. Puder retratar uma história que desconhecíamos e muitos moradores também. Havia alguns que sabiam que o campo da Feiteira era aqui, mas não sabiam quais os intervenientes, quando nasceu e quando terminou”, começou por explicar Pariz One, agradecendo o apoio da população que lhes foi dando informações.
Por sua vez Edis One relembrou que o espaço situado a meio da rua Emília das Neves do lado direito (sentido da circulação automóvel), agora com cor e vida, era um túnel vazio, que estava sujo e não estava tratado.
“Quando começámos a pintar foi alegria na rua e no bairro porque as pessoas começaram a dizer que finalmente vão fazer alguma coisa gira no túnel. Felizmente o nosso trabalho recebeu elogios. Deixamos para a população de Benfica, e não só, o objetivo foi concretizado”, disse Edis One.
Esta inauguração contou com a presença, entre outros, de Rui Manhoso, em representação da Federação Portuguesa de Futebol, António Silva, vice-presidente da AF Lisboa, e Rui Santos, administrador da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
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