O recente bombardeamento do Irão a Israel deixou o mundo em suspense e lançou ainda mais dúvidas sobre o momento que se vive no Médio Oriente. Israel promete retaliar, não se sabendo quando nem como, até agora.
Esta incerteza poderá ter implicações no mundo do desporto nos próximos dias, com incidência no futebol. Na Liga israelita o jogo entre o Beitar Jerusalém e o Maccabi Haifa, agendado para 02 de outubro, foi adiado devido aos novos desenvolvimentos do conflito no Médio Oriente. Na próxima ronda, há sete jogos da Liga israelita, agendados para sábado e domingo, mas até agora não se sabe se serão disputados ou adiados.
A única coisa normal nestes dias em Israel foi a divulgação dos convocados da seleção israelita para os próximos compromissos da equipa na Liga das Nações, diante de França e Itália. Apesar disso e devido às sete frentes de combate de Israel neste momento (com Hamas, na Faixa de Gaza; com Hezbollah, no sul do Líbano; com o governo e milícias na Síria; com rebeldes Houthis que controlam boa parte do Iêmen, com grupos paramilitares xiitas no Iraque e com militantes de vários grupos na Cisjordânia), os jogos caseiros das equipas e da seleção israelita são disputados fora do país. No caso da seleção, em Budapeste, Hungria.
Equipa de Cristiano Ronaldo com medo de viajar para a capital iraniana
Neste momento de grande incerteza, ainda não se sabe se o jogo entre o Al Nassr de Cristiano Ronaldo e Otávio diante do Esteghlal Tehran do Irão será realizado no local e data definidos. O encontro entre os sauditas e os iranianos, da 3.ª jornada da Liga dos Campeões asiáticos, está marcado para o dia 22 de outubro, em Teerão.
O jornal espanhol 'Marca', avança que o Al Nassr está a ponderar não deslocar-se a capital iraniana para esta partida, tendo em conta as ameaças de Israel contra o Irão que transformara Teerão um dos locais mais perigosos do Médio Oriente.
Apesar das ameaças de retaliação por parte de Israel, a vida corre normalmente no Irão. Os jogos de futebol dos campeonatos do país continuam a realizar-se normalmente, assim como encontros da Champions asiática e Champions Asiártica 2. Na última segunda-feira, por exemplo, o Persépolis, de Teerão, recebeu o Pajtakor do Uzbequistão, o Sepahan Sport Club recebeu na cidade de Isfahán o Istiklol do Tajiquistão (4-0) e foi possível ver, desde as bancadas, os mísseis a viajarem do Irão até Israel.
A normalidade parece reinar também na seleção iraniana, que irá receber no dia 15 de outubro o Qatar, no apuramento asiático para o Mundial de futebol. Amanhã e até o dia 06 haverá jogos da sétima jornada da Primeira Liga iraniana.
O Governo do Irão lançou, na noite de terça-feira, cerca de 200 mísseis contra Israel, em retaliação pelo assassinato do líder do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, do chefe do grupo xiita libanês pró-iraniano Hezbollah, Hasan Nasrallah, e de um general iraniano.
As Forças de Defesa de Israel disseram que a maioria dos mísseis foi intercetada com o apoio dos Estados Unidos e Washington garantiu que vai colaborar com Telavive na resposta a Teerão.
O bombardeamento iraniano foi o segundo feito por este país diretamente contra Israel, após um outro realizado em abril em resposta a um ataque aéreo mortal ao consulado iraniano em Damasco, que Teerão atribuiu a Israel.
Na sequência do ataque iraniano, Israel pediu na terça-feira à noite uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, algo que o Irão também tinha solicitado no sábado, após uma vaga de ataques israelitas contra o sul do Líbano.
*Com Lusa
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