O recém-empossado presidente da SAD do FC Porto, André Villas-Boas, garantiu hoje que colocará “mãos à obra” no imediato, após render Pinto da Costa na liderança da sociedade, que administra o futebol profissional do clube da I Liga.
“Dá-se o completar de todo o ciclo e processo que foram ditados pelo ato eleitoral. Agora, já podemos dizer ‘mãos à obra’, porque é preciso continuar a colocar este clube no rumo das vitórias, que é o que mais desejamos. Desta forma, fica tudo oficializado e vamos ao trabalho”, vincou o dirigente, em declarações reproduzidas pelo sítio oficial dos ‘dragões’.
Numa Assembleia Geral realizada ao final da manhã no Estádio do Dragão, no Porto, 18 acionistas aprovaram por unanimidade os nomes propostos para a cúpula da sociedade pelo ex-treinador, investido há exatamente três semanas como 34.º presidente do clube.
“Vamos conhecer o resto dos funcionários da SAD e das empresas do grupo, sentarmo-nos com toda a gente, dar as linhas orientadoras para este novo quadriénio e começar o trabalho. Ter a participação ativa de todos os funcionários é fundamental para uma boa organização empresarial e é digno começar por eles, que dão tudo pelo FC Porto”, disse.
André Villas-Boas, de 46 anos, é acompanhado por José Pereira da Costa, responsável pelo pelouro financeiro, na comissão executiva do conselho de administração da SAD do FC Porto, que junta cinco elementos, ao contrário dos nove na gestão de Pinto da Costa.
Carlos Gomes da Silva, antigo administrador da petrolífera Galp, foi nomeado como vice-presidente, num elenco completado por Maria do Rosário Moreira, docente na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, e Ana Teresa Lehmann, secretária de Estado da Indústria do XXI Governo, então chefiado pelo socialista António Costa, de 2017 a 2018.
Já as presidências da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal ficam a cargo de António Tavares e Angelino Ferreira, antigo administrador financeiro da FC Porto SAD, respetivamente, replicando as funções desempenhadas em órgãos homólogos do clube.
A Comissão de Vencimentos vai ser presidida por Óscar Afonso, diretor da Faculdade de Economia do Porto, enquanto a Ernst & Young Audit prossegue como revisora oficial de contas da sociedade, cujos titulares de quatro órgãos foram aprovados por unanimidade.
A exceção aconteceu na ratificação por maioria, com uma abstenção, do novo Conselho Consultivo, que junta diversos ‘notáveis’ nas 15 vagas efetivas e é liderado por Fernando Freire de Sousa, que já era o primeiro nome indicado para o Conselho Superior do clube.
A nova composição da sociedade foi empossada rumo ao quadriénio 2024-2027, um mês depois de André Villas-Boas ter sido eleito presidente dos ‘dragões’, ao derrotar Pinto da Costa, líder há 42 anos e 15 mandatos, no sufrágio mais participado da história do clube.
Desde então, o ex-treinador foi apelando à rápida renúncia da administração cessante da SAD, mas todos os órgãos sociais prosseguiram em funções até ao fim da temporada da equipa de futebol, que arrebatou no domingo a Taça de Portugal pela 20.ª vez, e terceira consecutiva, ao vencer o recém-campeão Sporting (2-1, após prolongamento), no Jamor.
À imagem de outros jogos realizados depois das eleições, os dois dirigentes sentaram-se quase lado a lado na tribuna presidencial do Estádio Nacional, em Oeiras, e deram um abraço após o final da partida, levantando juntos o único troféu do FC Porto em 2023/24.
Se André Villas-Boas alcançou o primeiro troféu no futebol desde a sua tomada de posse presidencial, Pinto da Costa, de 86 anos, comemorou o 45.º e último em 27 temporadas como líder da SAD, fundada em 30 de julho de 1997, da mesma forma como chegou aos 69 cetros - sete dos quais internacionais - desde a primeira eleição no clube, em abril de 1982, tendo consolidado o estatuto de dirigente mais antigo e titulado do futebol mundial.
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