José Manuel Araújo vê com satisfação os 65 milhões de euros destinados pelo Governo ao desporto, mostrando-se preparado, enquanto candidato à presidência do Comité Olímpico de Portugal, para gerir “da forma mais transparente e mais adequada” esta verba.
“Eu vejo, obviamente, como muito positivo que haja uma disponibilização financeira deste montante e que isso seja um reforço para além do que está estabelecido no Orçamento de Estado para 2025”, começou por dizer à Lusa.
Na terça-feira, o Governo anunciou que vai investir 65 milhões de euros adicionais no desporto no período 2024-2028, firmando um contrato-programa para o setor com o Comité Olímpico de Portugal (COP) e o Comité Paralímpico de Portugal (CPP).
“No que diz respeito a uma visão em relação ao Comité Olímpico, a satisfação de ver que aquele trabalho que tem sido feito nestes mandatos credibilizou o Comité Olímpico para que o Governo dê confiança de gerir este pacote financeiro”, notou.
Em declarações à Lusa, José Manuel Araújo disse estar preparado para administrar da forma mais transparente e mais adequada esta verba, caso seja eleito presidente do COP nas eleições de 19 de março.
“Vamos geri-la com as federações e vamos todos pôr mãos à obra para que esta verba especificamente dedicada ao COP de 50 milhões de euros, seja super rentabilizada por todas as federações e pelo movimento desportivo em Portugal”, garantiu.
O candidato propõe-se a encontrar “os meios adequados” para fazer uma gestão que permita atingir o maior número de modalidades e “não apenas um grupo mais restrito de modalidades”.
Para o atual secretário-geral do COP, o desporto está, “neste momento”, na agenda política e estará durante o ciclo em que vigorará o contrato-programa assinado na terça-feira, restando assegurar que continuará a estar depois deste período.
“O que nós temos que saber é aplicar bem esta verba, no fundo, aplicar de forma a que o próximo Governo, em 2028, acredite que tem que renovar estes apoios ou aumentá-los para o futuro”, defendeu.
Instado a comentar as declarações do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que estimou que os “65 milhões de euros não são nada à espera dos resultados” que confia que o desporto português alcançará nos próximos anos, José Manuel Araújo reiterou a sua satisfação com a iniciativa do Governo.
“A outra questão é saber se isto é suficiente. Nunca será suficiente e, como disse sempre, o meu objetivo de candidatura é elevar patamares, é ser mais ambicioso e, portanto, vamos sempre querer ter mais e, naturalmente, que este é um sinal positivo do Governo […]. Na perspetiva da minha candidatura, vamos aumentar o esforço para continuar a ter mais apoios privados também, porque o desporto tem de ser reconhecido como um fenómeno social perfeitamente identificado pelos portugueses”, realçou.
Segundo o candidato, é melhor existir este “pacote” de investimento e, depois, o setor procurar aumentá-lo “com o reconhecimento que o Estado vai ter da recuperação de investimento que fez com o apoio que decidiu dar agora ao desporto”.
O Contrato-Programa para Desporto 2024-2028 integra cinco medidas e 14 programas, alinhados com os quatro objetivos do Governo para o setor: aumentar a prática desportiva, promover a igualdade de género, reduzindo a diferença entre homens e mulheres, aproximar Portugal do que são as boas práticas europeias e diminuir o nível de excesso de peso e obesidade.
O contrato estipula que 29,2 % do investimento será feito em 2025, 32,3 % em 2026, 19,2 % em 2027, com 19,3 % das verbas a serem aplicadas no ano olímpico de Los Angeles2028, com a supervisão do mesmo a ser feita por uma “Estrutura de Acompanhamento”.
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