O Clássico da noite de sexta-feira foi o típico clássico entre FC Porto e Benfica com a ligeira diferença de que desta vez foram os encarnados a levarem os três pontos, algo tão raro como um final de tarde sem trânsito na VCI do Porto… ou sem buzinadelas.
De um lado o FC Porto tentava apanhar o Benfica na classificação e do outro o Benfica tentava a fuga na liderança do campeonato. Tal como no ciclismo, o FC Porto não se saiu bem, nem com uma boa imagem.
As melhores imagens do jogo
Num jogo em que todos esperavam um novo erro de António Silva, foi Stephen Eustáquio a escorregar duas vezes contra a perna de Bah e a ver dois amarelos de rajada. Deviam ter dito ao rapaz que vencer o "Médio do mês" para a Liga de Clubes não lhe dava imunidade aos cartões.
Eu, depois de ele ter dado a segunda cacetada e ver o vermelho, até estava à espera que ele levantasse a camisola e tivesse lá uma mensagem escrita tipo "Somos todos Esgaios" ou "Se acharam este cacete bom deviam ir provar os da padaria à beira de minha casa". Algo do género, percebem. É que ser expulso num Clássico assim à bruta, em três minutos, é um bocado como esta crónica, parva.
Os que acharam que iria ser uma "remake" do jogo da Taça de Portugal da época anterior estavam terrivelmente enganados. Tão enganados como aqueles moços que acham que a terra é plana ou os que confundem "à" com "há".
No banco do Benfica já não está Jesus mas está um alemão que dentro em breve irá ser elevado a divindade da Segunda Circular. Roger Schmidt sabe muito de futebol, só não sabe é perder. Ao intervalo mudou os três amarelados para evitar que estes fossem para casa mais cedo e a tempo de verem o "Festa é Festa" e as trapalhadas do Bino.
Quem se meteu em trapalhadas na segunda parte foi o FC Porto.
O golo do Benfica acabou por aparecer aos 72 minutos da segunda parte por Rafa Silva. Num lance que necessitou de ir ao VAR, foi um jogador formado no Benfica a colocar toda a gente em jogo. O Benfica tem tido uma sorte do Cartão, perdão, do catano ultimamente com os jogadores adversários formados no Seixal. Primeiro Danilo, agora Fábio Cardoso… Está aí lançada mais uma teoria da conspiração bem ao modo do futebol português, sem lógica nem assunto.
Falemos agora de Otávio. Será que o luso-brasileiro tem algum tipo de acordo com a APAF que lhe evite ver cartões? Ou são mesmo os árbitros que não lhe passam cartão? Ontem mais uma vez demonstrou a Portugal que a sucessão de Ruy de Carvalho como rei do teatro português está assegurada. Cada falta que Otávio sofre ou simula que sofre, provocam no jogador do FC Porto uma reação alérgica que anda entre um ataque epilético e a reação de uma mulher a um pedido de casamento.
O Gonçalo Ramos tem é mais que agradecer ao Taremi aquele empurrão pelas costas. Onde muitos viram uma provocação feia, não foi mais do que um ato altruísta do iraniano, que impediu assim que o jovem avançado do Benfica fosse agredido por Otávio. Deveria ter recebido o cartão branco do Fair-Play.
No final do jogo a rotina do costume, o Benfica de Schmit ganhou e o Sérgio Conceição queixou-se da arbitragem.
Como se diz cá no norte, não há cozido à portuguesa que não leve farinheira ou derrota que Sérgio Conceição não ache que tenha sido uma roubalheira.
É importante que o treinador portista explique a Otávio que quando disse que iriam lutar até ao fim, é no sentido de jogarem para ganharem os jogos e não de lutarem literalmente.
No Porto, na zona de Contumil o inverno chegou mais cedo este ano e além da chuva, a temperatura neste momento é de - 6.
Termino com a pergunta do costume: quando é que o Benfica apanha uma equipa a sério?
Comentários