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Rui Lança aborda os diferentes fatores subjacentes às trocas de treinadores que se avizinham na Liga portuguesa.
No seguimento da crónica anterior, agora com tudo decidido e com as competições internas finalizadas, iremos ter a dança de jogadores e treinadores. E se a dança dos jogadores faz-se pelas necessidades dos treinadores e das equipas em prol dos seus objetivos, e também pelas influências de empresários, a dança de treinadores já não é bem assim.
Muitos clubes estão a trocar de treinador, umas novas vagas estão a aparecer e quer nos clubes do topo da tabela quer os que irão subir para a Liga principal prestam-se para mudar. A questão principal parece-me perceber porque é escolhido ou afastado um treinador. Resposta fácil: porque o escolhido parece estar melhor preparado para chegar a melhores resultados, porque o que sai não conquistou os objetivos previstos.
Na verdade a escolha é bastante mais complexa que isto. Melhores propostas, influências daqui e dali, aspirações que determinados contextos não permitem. Mas o principal, que deveria ser um treinador que reunisse as exigências de uma estratégia e cultura de clube, não são de forma organizada e estruturada tidas em conta.
As mudanças não estão todas concluídas, mas aqui vamos. Porto foi o único a alterar dos clubes que teoricamente lutarão pelo título. Decidiu prescindir de alguém que é da casa, que voltará à equipa B e tentará fazer algo que não tem acontecido no clube portista: produzir matéria-prima para a equipa A. O treinador escolhido é alguém que não tem experiência de clubes e os administradores da SAD portista não sabiam da contratação na véspera de ser anunciado. A opção A era Marco Silva. Mas o facto de estar com pré-acordo com outro clube não foi possível.
Benfica e Sporting mantêm-se com algumas dúvidas. Uns mais que outros. Leonardo Jardim está quase confirmado no Mónaco, mas este ainda tem treinador. Para Bruno de Carvalho o melhor era não perder o treinador madeirense. Mas nessa eventualidade, este adiar até é bom, porque também não tem ainda ninguém para apresentar. A opção A é na verdade a opção B do outro. Este outro é o Benfica que ainda não tem a situação definida. E isso foi possível confirmar na conferência de imprensa de ontem de Jorge Jesus. Que fala da próxima época como treinador benfiquista, mas deixando sempre a porta aberta.
Nisto tudo, o treinador que terminou em quarto lugar na Liga Portuguesa aguarda para saber quem irá treinar. Por um lado é bom, sinal da qualidade dos treinadores portugueses, por outro lado não deixa de ser um pouco estranho que os três maiores clubes portugueses se tenham ‘reservado’ para Marco Silva.
Este Estoril, Braga, Marítimo e outros clubes mudarão de treinador. A razão não é a mesma nos diferentes clubes. Uns porque os treinadores decidem sair, outros clubes porque decidem alterar de treinador. A questão principal continua a parecer-me perceber porque é escolhido ou afastado um treinador. Resposta fácil: porque o escolhido parece estar melhor preparado para chegar a melhores resultados, porque o que sai é porque não conquistou os objetivos previstos.
Enquanto continuarmos assim…treinadores serão como os chapéus, há muitos!
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