Com a boa disposição habitual, o Memes da Bola olha para a vitória de Portugal diante da Alemanha, para a Liga das Nações.

Berlim, 4 de Junho de 2025 , poderia ser um dia como outro qualquer, não fosse esse o dia em que Portugal vai à capital alemã eliminar a equipa da casa. Nesta cidade, onde tudo funciona, tudo anda na linha e ninguém atravessa fora da passadeira foi ontem palco de um daqueles milagres típicos de um povo que nem sabe muito bem como é que chegou ali, mas chegou e ainda levou tupperwares bem recheados para o caminho de volta.
Portugal 2 – Alemanha 1. Em Berlim, é mesmo assim!
Sim, leste bem e não foi no FIFA. Foi mesmo na vida real. Os alemães ainda estão a tentar perceber como é que foram ultrapassados por um povo que acha que pôr chouriço num pão é uma refeição gourmet.
O jogo começou como um tutorial de Excel avançado: altamente técnico, mas ninguém estava com vontade de ver aquilo até ao fim. Os alemães assumiram o controlo da posse de bola com a mesma paixão com que lêem manuais de instruções. Jogavam bem, tocavam bonito, mas aquilo cheirava mais a administração pública do que a meia final de uma competição europeia.
Portugal? Portugal estava a aquecer, como quem chega a uma festa e ainda está de casaco, a ver se conhece alguém. Muito passe para trás, um ou outro susto na defesa (porque senão não era Portugal), e pouco perigo à frente. Tudo normal menos o onze escolhido por Roberto Martinez. Rúben Neves no miolo, o outro Neves encostado à direita, Vitinha no banco, aquilo não parecia a Seleção, parecia uma tarde de "swing" malandro onde estava tudo trocado.
Ainda assim, zero a zero ao intervalo.
Ainda me estava a sentar à mesa e aos 48 minutos a Alemanha achou que estava num simulador de eficiência e decidiu marcar. Um passe cirúrgico, uma finalização de laboratório e um golo de Florian Wirtz que nem deixou tempo para a defesa fazer uma oração à Nossa Senhora do Corte de Linha. 1-0 em Berlim , silêncio ensurdecedor nas casas portuguesas, interrompido apenas por um “fod*-se, outra vez?!”
O que os alemães não sabiam é que os portugueses funcionam melhor sob pressão do que um escape furado de um Opel Corsa.
Aos 63 minutos, Francisco Conceição, com aquela cara de quem bebeu um "shot" de absinto e não gostou decidiu que estava farto de cerimónias. Pegou na bola, fintou como se estivesse a fugir da inspeção automóvel (com o tal Opel Corsa) e espetou-lhe um balázio que até fez a Merkel tossir no sofá. Estava feito o empate! A festa estava prestes a começar. Os 'Conceição' e a Alemanha têm uma história de amor melhor que muitos livros do Nicholas Sparks.
Corria 72º minuto de jogo e marca o inevitável. Cristiano Ronaldo. Sim, ainda joga. Sim, ainda manda calar. Sim, ainda marca. Depois de uma jogada rápida, uma finta à lagareiro e um cruzamento com GPS, Ronaldo meteu a bola lá dentro com a calma de quem sabe que vai sair na capa de todos os jornais nas dos memes também.
2-1. Em Berlim. Os alemães olharam uns para os outros como quem vê alguém meter ketchup num bife tártaro. Choque. Trauma. Realidade.
Nos minutos finais, a Alemanha bombardeou a área portuguesa como quem tenta abrir um cofre sem saber o código. Mas lá estava Diogo Costa, o verdadeiro alarme. Nas bancadas, um alemão tirava selfies para esconder as lágrimas, enquanto um português gritava “BERLIM É NOSSA!” com um cachecol a dizer “Setúbal 4Ever”, a beleza do futebol.
Um enorme cumprimento aos nossos emigrantes, não pelas últimas eleições, não vou falar disso, mas pelo apoio incrível que deram aos nossos jogadores. O jogo foi em Berlim, mas por momentos, se fechassemos os olhos, poderíamos imaginar que estaria a ser numa qualquer cidade portuguesa.
Hoje chegam aos seus postos de trabalho de peito inchado, desfrutem!
Domingo há uma final e as finais não se jogam, ganham-se!
Vamos a eles Portugal, digo eles, porque a esta hora ainda não sabemos quem será o adversário.
Viva o futebol.
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