O piloto português Miguel Oliveira (Aprilia) considera que, com toda a tecnologia aplicada no MotoGP, um bom arranque representa mais de metade da importância de uma corrida.
“Neste momento, a [categoria de] MotoGP é um desafio para os pilotos e um desafio para as fábricas, e, assim sendo, a posição de partida ou um bom arranque ou um bom início de primeira volta evita mais do que 50% da corrida. É esse o desafio que todos têm em mãos, encontrar o equilíbrio para conseguir uma mota rápida, mas que também seja rápida atrás das outras”, afirmou Miguel Oliveira.
Em entrevista à agência Lusa, o único português no principal campeonato de motociclismo de velocidade explicou a necessidade desse desenvolvimento, para que as motas funcionem com a turbulência de apanhar o “ar sujo” dos precedentes.
“Quando se põe aerodinâmica em qualquer veículo, quando está atrás de outro a aerodinâmica deixa de funcionar, não há afinação possível para isso e há muito mais ajuste na pilotagem, há muito mais imprevistos e há muito mais sensibilidade às pressões dos pneus. Toda esta tecnologia é um desafio”, realçou.
Até ao final da temporada de estreia na Aprilia, Miguel Oliveira ainda vai regressar a três pistas onde já venceu – Áustria, Indonésia e Tailândia –, sem que, por isso, lhe sejam favoráveis.
“Dada a situação em que me encontro, não sei dizer se será sinónimo de conseguir um bom resultado. É sinónimo de uma pista que se adapta ao meu estilo e tenho de conjugar todos os fatores para que corram bem”, advertiu.
Com a mudança para a Aprilia, Miguel Oliveira rumou a Itália, onde estabeleceu residência – “a, sensivelmente, 40, 50 minutos de Noale, onde é a sede da Aprilia” –, depois de se ter instalado na Áustria, desde 2018, quando assinou pela KTM.
“Já estava em vias de mudança para Itália e acabou por resultar bem. Estou muito confortável, sinto-me verdadeiramente um piloto de fábrica, apesar de estar a prestar serviços na equipa satélite”, referiu Miguel Oliveira, admitindo alguma tristeza por não residir em Portugal.
No país que ama, o piloto, de 28 anos, diz sentir o auge do apoio dos seus fãs no Grande Prémio de Portugal, disputado no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, que duvida que seja excluído do Mundial, pela alegada irregularidade na gravilha.
“A única coisa que eu sei é que o circuito de Portimão tem a homologação da Federação Internacional de Motociclismo (FIM). Já corremos lá desde a temporada 2020 e contamos, julgo eu, com um Grande Prémio de sucesso a nível do Campeonato do Mundo entre todos os circuitos e a gravilha já lá estava quando da homologação”, referiu.
Além de “correr em casa”, Miguel Oliveira assegura que, entre os pilotos, o AIA assegura uma das corridas mais entusiasmantes do Mundial.
“Agora, com este novo formato, ao ter a prova inaugural, deu outro espírito e outro ânimo em Portugal, que sabe receber as pessoas tão bem e onde temos umas instalações de circuito que são instalações incomparáveis relativamente a outros circuitos, é dos melhores circuitos da Europa, se não mesmo do mundo”, concluiu.
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