O mau tempo não afastou hoje centenas de pessoas de assistir ao prólogo da ‘mítica’ Baja Portalegre 500 e, entre piqueniques “regados” principalmente com muita cerveja, o público aplaudiu os pilotos da ‘prova rainha’ do todo-o-terreno em Portugal.
Em 2020, a prova ficou marcada pela ausência de público devido à pandemia de covid-19, mas este ano o regresso à Herdade das Coutadas, ‘santuário’ do prólogo desta Baja, ganhou outro colorido com uma assistência que não regateou aplausos ao longo dos 3,5 quilómetros do prólogo.
Promovida pelo Automóvel Club de Portugal (ACP), a Baja Portalegre 500 vive essencialmente da “grande festa” que o público faz à passagem dos concorrentes, estando uma grande parte da assistência com tendas instaladas à beira do percurso, munidos de “vários néctares” e saboreando várias iguarias para “aquecer” o estômago ao longo do dia.
Guilherme Vintém, mais um grupo de quatro amigos viajaram da aldeia das Carreiras (Portalegre) até à Herdade das Coutadas para ver partir a primeira moto, pelas 07:50, e nem a chuva os demoveu desse desafio, depois de terem percorrido cerca de dois quilómetros a pé, entre o Itinerário Principal (IP) 2 e aquela herdade, munidos de quatro geleiras “bem pesadas”, com cervejas no seu interior.
“Em primeiro trazemos quatro geleiras, porque temos muita sede e muita vontade de ver os carros, ver isto, é uma tradição”, disse Guilherme Vintém, em declarações à agência Lusa.
Para este amante do todo-o-terreno, que chegou à Herdade das Coutadas ainda de noite e com a chuva como companheira, a Baja Portalegre 500 “é um espetáculo”, um “festival”.
Carlos Silva, o elemento mais velho deste grupo de amigos, disse por sua vez à Lusa que “tirou férias” para marcar presença na Baja 500 Portalegre, sendo uma “tradição” que é para “manter” no futuro.
Já João Santos e os seus amigos pernoitaram em pequenas tendas junto à ribeira, uma das zonas espetáculo do prólogo, e nem a chuva “meteu medo” a estes jovens para regressar a ‘casa’.
“Não podíamos faltar”, começou por dizer, acrescentando à Lusa que foi com “muita tristeza” que em 2020 não rumaram até à Herdade das Coutadas para assistir ao evento devido à pandemia de covid-19.
“Não podíamos faltar, esta é a prova rainha, uma festa, um enorme convívio”, disse por sua vez à Lusa Carlos Silva, que viajou desde a região de Santarém com mais uns amigos para “assentar arraiais” junto a um velho sobreiro e assistir desta forma à prova.
“Nós saímos pela madrugada de casa e trazemos para petiscar um leitão, uns rissóis e umas cervejas, temos de fazer a festa”, defendeu.
Ainda mal o dia tinha nascido, já a Herdade das Coutadas apresentava uma enorme moldura humana, situação que veio ainda a ganhar maior visibilidade ao longo da manhã, tendo a Lusa constatado a chegada permanente de público ao local.
Aos jornalistas, o presidente do ACP, Carlos Barbosa, sublinhou que é “fundamental” a presença de público nesta prova, porque “dão a alegria e o calor” aos pilotos e à organização.
“Era fundamental o público, eu lembro-me perfeitamente aqui no prólogo [em 2020] não havia aqui um carro, não havia aqui ninguém, era uma tristeza horrível”, recordou.
Se em 2020 foi uma “tristeza horrível” o ambiente na Herdade das Coutadas, em 2021 o espaço voltou a ganhar vida e, entre alguma chuva, lama e o ensurdecedor roncar dos motores, o público foi o “participante” que mais se fez notar na prova.
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