O piloto australiano Oscar Piastri (McLaren) venceu hoje pela primeira vez uma corrida sprint no Mundial de Fórmula 1, no GP do Qatar, mas a vitória ficou ofuscada pela conquista do tricampeonato pelo neerlandês Max Verstappen (Red Bull).
Piastri, que partiu da ‘pole position’, chegou a estar em terceiro, mas concluiu as 19 voltas previstas com o tempo de 35.01,297 minutos, deixando Verstappen na segunda posição, a 1,871 segundos, com o britânico Lando Norris (McLaren) em terceiro, a 8,497.
A necessitar de apenas três pontos para se sagrar campeão, Verstappen, que saiu da terceira posição da grelha, foi demasiado conservador na partida e baixou ao quinto lugar, ultrapassado pelos dois Ferrari, de Charles Leclerc e Carlos Sainz.
Com 19 voltas previstas, o novo asfalto do circuito de Losail tem-se revelado avassalador para os pneus, sobretudo os macios, que se desgastam mais depressa do que o habitual.
Esse foi um dos elementos chave nesta corrida, a par das entradas do ‘safety car’: três. A última delas na 11.ª volta, devido ao despiste do francês Esteban Ocon (Alpine), que embateu no mexicano Sérgio Perez (Red Bull), que estava fora dos lugares pontuáveis.
Se dúvidas houvesse, o campeonato ficou decidido aí, pois Verstappen precisava de somar pelo menos três pontos caso Pérez ganhasse. Com o mexicano de fora, o título ficou entregue.
A degradação dos pneus levou Russell a perder posições, recuando até terceiro, ao ser ultrapassado por Piastri e Verstappen.
O neerlandês queria festejar com uma vitória e lançou um forte ataque à liderança do estreante australiano, mas faltaram voltas para concretizar o plano.
Assim, pela primeira vez, o título mundial celebrou-se no final de uma corrida sprint.
Há 40 anos, desde o último campeonato conquistado pelo brasileiro Nelson Piquet (sogro de Verstappen) que um piloto não festejava ao sábado.
“Foi um passeio no parque para ele [Verstappen]. Os pneus macios desgastaram-se muito depressa. Mas se tivéssemos escolhido médios tínhamos terminado na mesma posição”, sublinhou George Russell, no final.
Max Verstappen ouviu o diretor desportivo Christian Horner dizer no rádio que este foi “um ano incrível” para si.
O piloto neerlandês ficou sem palavras. “Nem sei o que dizer. Temos um carro incrível. Não vos consigo agradecer o suficiente”, disse, dirigindo-se aos elementos da escuderia, mostrando-se “incrivelmente feliz” pelo tricampeonato, feito só alcançado por 10 outros pilotos, entre eles Nelson Piquet, Ayrton Senna (ambos com três), Sebastian Vettell (como quatro), Juan Manuel Fangio (cinco) ou Michael Schumacher e Lewis Hamilton, ambos com sete.
Domingo disputa-se a corrida principal, com 57 voltas previstas, o que está a revelar-se uma dor de cabeça para os responsáveis da organização devido ao desgaste dos pneus.
Em cima da mesa está a possibilidade de haver três paragens obrigatórias para troca de pneus, algo com que nem todos concordam.
“Agora já temos dados sobre o desgaste dos pneus. Cada equipa pode decidir se quer arriscar fazer só uma paragem correndo o risco de sofrer um furo”, frisou George Russell.
Com estes resultados, Max Verstappen chegou a uns inalcançáveis 407 pontos, contra os 223 de Sérgio Pérez, que é segundo. Lewis Hamilton (Mercedes) é o terceiro classificado, com 194, mais 20 do que Fernando Alonso (Aston Martin).
Domingo disputa-se a corrida principal deste que deveria ser o 18.º Grande Prémio da temporada, não fosse o cancelamento da prova da Emilia Romagna, em maio, devido às cheias que afetaram aquela região de Itália.
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