Sheridan Wesley Morais foi o primeiro português a chegar ao pódio do Grande Prémio de Motos de Macau, mas o estreante disse que um problema de transmissão o impediu de lutar pela vitória.
O piloto, nascido na África do Sul e que vive no Algarve desde 2012, partiu hoje do terceiro lugar da grelha de partida, mas conseguiu logo numa das primeiras curvas saltar para a primeira posição.
“Tive um bom arranque e estava a sentir-me bem. (..) Eu sabia que estava muito forte no primeiro e no último setores [do circuito], que são os pontos para ultrapassar”, disse Morais, de 37 anos.
No entanto, o português ficou para trás após um susto na terceira volta. “A transmissão [da mota] caiu para neutro na primeira curva, que é uma curva mesmo muito rápida e eu achei que ia bater na parede”, admitiu.
“Claro que toda a gente quer vencer e eu queria dedicar a vitória à minha filha para o quinto aniversário dela”, revelou Morais.
O último português a vencer uma das principais provas na Guia foi António Félix da Costa, que conquistou o Grande Prémio de Macau de Fórmula 4 em 2016.
O também português André Silva Pires, de 33 anos, na oitava participação no Grande Prémio de Macau, garantiu a melhor classificação de sempre, o sétimo lugar, no final das oito voltas ao circuito da Guia.
Ainda assim, Pires disse estar “um bocado desanimado”. “Andámos bastante rápido durante todos os treinos e senti que podia andar com o grupo da frente. Mas houve qualquer coisa com a escolha de pneus e a mota à terceira ou quarta volta começou-me a falhar”, lamentou.
Ao contrário do que estava previsto, a prova de motos, que vai na sua 54.ª edição, contou apenas com uma corrida.
A primeira corrida, marcada para sábado, foi cancelada a pedido dos pilotos, que consideravam a pista perigosa. Algo que levou ainda ao adiamento da segunda corrida para hoje.
“Hoje a pista estava bastante melhor, estava com boas condições, não havia óleo, estava limpinha”, confirmou André Pires. No sábado, disse Sheridan Wesley Morais, “a pista estava intransitável. Os organizadores fizeram um trabalho impecável”.
Depois de um ano em que a prova só contou com pilotos provenientes da China, Hong Kong e Macau, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19, a 69.ª edição do Grande Prémio de Macau atraiu mais de 170 pilotos, incluindo 19 estrangeiros, sobretudo na prova de motos.
André Pires disse esperar que a próxima edição possa acontecer já sem quarentena obrigatória para quem vem de fora da China continental, “para as coisas serem mais fáceis”.
“O Grande Prémio de Macau é uma festa, é uma prova fora do comum e é muita adrenalina junta”, sublinhou o português.
Também Sheridan Wesley Morais disse querer voltar, tendo elogiado “a atmosfera, as pessoas”, e admitido que “não estava à espera da presença portuguesa, que é enorme”.
Disputado no icónico traçado citadino de 6,2 quilómetros, o Grande Prémio é o maior evento desportivo de Macau, sendo considerada uma das provas automobilísticas mais perigosas do mundo, uma vez que em alguns pontos o circuito não vai além dos sete metros de largura.
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