Um recorde de 14 campeões do mundo de motociclismo de velocidade vai disputar, a partir de sábado, em Losail, no Qatar, o Mundial de MotoGP de 2022, o primeiro desde 2000 sem o italiano Valentino Rossi.
Mesmo sem ‘Il Dotore’, sete vezes campeão, entre 2001 a 2005, em 2008 e 2009, são 14 os pilotos com cetros entre os 24 participantes, numa lista em que consta pela quarta época consecutiva o português Miguel Oliveira (KTM), 14.º em 2021.
No entanto, os espanhóis Marc Márquez (seis vezes campeão de MotoGP, uma de Moto2 e outra de 125cc) e Joan Mir (MotoGP e Moto3) e o francês Fábio Quartararo (Yamaha), detentor do título, são os únicos que venceram na categoria ‘rainha’.
Em categorias inferiores, ganharam Andrea Dovizioso (125cc), Johan Zarco (duas vezes de Moto2), Maverick Viñales (Moto3), Franco Morbidelli (Moto2), Énea Bastianini (Moto2), Brad Binder (Moto3), Pol Espargaró (Moto2), Francesco Bagnaia (Moto2), Alex Márquez (Moto3 e Moto2), Remi Gardner (Moto2) e Jorge Martin (Moto3).
Márquez (Honda), de 29 anos, passou as duas últimas temporadas a recuperas de lesões. Um braço partido custou-lhe a temporada de 2020 e parte da de 2021, que terminou antecipadamente, depois de uma queda lhe ter provocado o efeito de visão dupla.
Esses dois anos de ausência do grande dominador da última década, com seis títulos conquistados (2013, 2014, 2016, 2017, 2018 e 2019) abriram a porta a Mir (Suzuki) e a Quartararo (Yamaha), que arrebataram os títulos em 2020 e no ano passado, respetivamente.
Márquez regressa com ambição renovada e com uma Honda que aparenta ser mais competitiva do que nos últimos dois anos.
A Yamaha, campeã em título, aparentou estar um pouco mais atrás no trabalho realizado na pré-temporada, tal como a italiana Ducati, que terminou 2021 em alta, sobretudo graças ao italiano Francesco Bagnaia, que em 2018 ‘roubou’ o título de Moto2 ao português Miguel Oliveira (KTM).
A KTM parece estar mais competitiva, mas ainda sofre com a sensibilidade aos pneus, sobretudo nas sessões de qualificação.
A Suzuki, que há dois anos se cotou como a grande surpresa do campeonato, mantém a dupla espanhola constituída por Joan Mir e Alex Rins, apostando na continuidade para voltar ao topo da tabela.
Uma das surpresas da pré-temporada foi a italiana Aprilia, sobretudo com o espanhol Maverick Viñalaes, despedido da Yamaha a meio da temporada passada após muitas críticas à mota que se viria a sagrar campeã mundial com Quartararo.
A marca italiana mantém as concessões que lhe permitem realizar mais testes e desenvolvimentos durante a temporada e, nos primeiros ensaios na pré-temporada, esteve entre os mais rápidos.
A época de 2022 marca, também, um virar de página do campeonato, que perdeu uma das suas grandes referências mediáticas com a saída de Rossi enquanto piloto, mas que se mantém agora no papel de dono de equipa, com a Mooney VR46, com motas Ducati, pela qual alinham os italianos Luca Marini, meio irmão de Rossi, e o promovido Marco Bezzecchi.
O pelotão cresceu, por isso, de 22 para 24 participantes, sendo que cinco deles são estreantes (Bezzecchi, o italiano Fábio Di Giannantonio, com a Honda Gresini, o espanhol Raul Fernandez e o australiano Remi Gardner, com a KTM Tech3, e o sul-africano Darryn Binder, irmão do companheiro de equipa de Miguel Oliveira, Brad Binder, com a WithU Yamaha, equipa satélite do construtor japonês).
Além de Rossi, saíram o italiano Danilo Petrucci (passou para o todo-o-terreno) e o espanhol Iker Lecuona (mudou-se para as Superbikes).
Portugal, e o Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, mantém-se no calendário, pelo terceiro ano consecutivo, acolhendo o Grande Prémio de Portugal, a quinta das 21 corridas do ano, em 24 de abril.
Comentários