Francesco Bagnaia (Ducati) lidera destacadamente a edição do Campeonato do Mundo de MotoGP, mas, para Miguel Oliveira (Aprilia), que quer disputar corridas com o italiano, está longe de ter o bicampeonato assegurado.
Ainda assim, em entrevista à agência Lusa, apontou os ‘rivais’ da Ducati como as principais ameaças ao campeão transalpino.
“Julgo que terá de ser mesmo algum rival da Ducati, mas eu estou muito curioso também a nível de pilotagem, com o que, agora, as regras das pressões nos pneus podem ditar nos resultados. Acho é que poderão acontecer surpresas”, advertiu o piloto português.
Aos 28 anos, Miguel Oliveira cumpre a sua quinta temporada na elite do motociclismo de velocidade, a primeira na Aprilia, depois de ter deixado a KTM.
Após oito das 20 provas da temporada, segue no 17.º lugar, com 27 pontos, a 167 de Bagnaia, que lidera com uma vantagem de 35 sobre o espanhol Jorge Martin e de 36 sobre o seu compatriota Marco Bezzecchi, ambos em Ducati também.
“O Bagnaia ainda não é campeão no mundo! Ainda tem mais de metade dos pontos em jogo. É um campeonato supercompetitivo e ele, agora, parece estar muito confortável, mas tudo pode acontecer. Espero que, se houver algum Grande Prémio para dividir, entre o Bagnaia e outro, que seja eu”, referiu.
Totalmente recuperado das lesões provocadas pelas quedas, em Portimão e em Jerez de La Frontera, o piloto natural de Almada é cauteloso na abordagem à segunda parte da temporada, que começa no fim de semana, com o Grande Prémio da Grã-Bretanha, em Silverstone.
“Gosto de pensar passo a passo. Para já, o meu trabalho, a minha função na Aprilia, neste primeiro ano, é mesmo um ano de adaptação. Não tiro fora da mesa, obviamente, boas prestações. Comecei muito bem em Portimão (…) e era apenas a primeira corrida. Se tiver as condições para poder estar a disputar as vitórias, vou fazê-lo. Agora, obviamente, vindo de duas lesões, já na primeira fase da época, tendo feito apenas com o melhor resultado um quinto lugar, acho que, primeiro, tenho de voltar a construir uma boa base de bons resultados e, depois, ver o que devo propor como objetivo”, vincou.
Esta desejada “base de bons resultados” pode ser um dínamo para uma boa classificação no Mundial, no qual o português tem como melhor desempenho o nono lugar obtido em 2020.
“Ajuda sempre, ficamos um bocadinho maiores do que somos, criamos também algum tipo de pressão, marcamos presença, fincamos o nosso lugar e, sobretudo, faz diferença também nos rivais e como nos olham. Agora, é um desporto que está dependente da máquina e da equipa”, reforçou Miguel Oliveira.
Essa dependência, retirou alguma influência à qualidade individual: “Os pilotos já não fazem assim tanto a diferença. Se não, víamos o Marc Márquez (Honda) a ganhar há muitas corridas atrás e isso não acontece. Portanto, esta é a realidade do campeonato”.
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