O piloto espanhol Marc Márquez (Honda) assumiu hoje que se corresse este fim de semana o Grande Prémio de Espanha de MotoGP poderia agravar a lesão sofrida na queda com Miguel Oliveira (Aprilia), no GP de Portugal.
Numa conferência de imprensa que serviu para explicar a ausência da prova espanhola, quarta prova da temporada, Márquez disse que a decisão “foi fácil” de tomar, pois três médicos diferentes lhe disseram que “seria uma loucura correr em Jerez”, palco do GP de Espanha deste fim de semana.
“Estava esperançado em correr aqui, pois o GP de Espanha é uma das corridas mais importantes para mim”, frisou o piloto catalão.
No entanto, “realisticamente, os médicos disseram desde o início que a recuperação da lesão demoraria entre seis a oito semanas”.
“Sou sempre otimista e decidi tentar recuperar em quatro semanas, mas, na terça-feira, quando fizemos a TAC, a decisão foi unânime”, frisou.
Os médicos que acompanham o piloto espanhol avisaram Márquez que era “muito arriscado” e havia uma grande probabilidade de “destruir os efeitos da cirurgia” à fratura do polegar da mão direita.
Agora, o piloto da Honda vai “regressar a casa e continuar a reabilitação”, pois, dentro de duas semanas, disputa-se o GP de França, que já tenciona correr.
Márquez explicou, ainda, que o problema “não era tanto o risco de queda”, mas, “com a pressão no guiador, havia um grande risco” de estragar o que se fez com a cirurgia, o que poderia “deixar sequelas”.
O oito vezes campeão mundial abordou ainda a penalização sofrida precisamente pelo choque com o piloto português na primeira corrida da temporada e que lhe provocou a lesão na mão direita, além de ter obrigado Miguel Oliveira a faltar ao GP da Argentina devido às sequelas físicas do embate da mota do espanhol.
“As penalizações têm de ser muito claras. Recebi a penalização para ser cumprida no GP da Argentina, o que estava especificamente escrito num papel”, frisou Márquez.
Contudo, os comissários viriam a aclarar a decisão precisamente depois de ser tornada pública a ausência do piloto espanhol da prova sul-americana, alterando a decisão para que fosse cumprida “na próxima prova em que participe”.
“Para um piloto, a pior penalização é estar lesionado e essa é, também, a melhor maneira de aprender. Mas nenhum de nós quer criar situações de perigo em pista e, sobretudo, lesionar-se”, frisou Márquez.
O piloto da Honda acredita que toques em pista “já aconteceram, acontecem e voltarão a acontecer”.
“Oxalá aconteçam o menos possível, mas os maiores da história já tiveram destas situações, tendo mais ou menos experiência, pois vai-se no limite. Ninguém quer cair com outro piloto, mas são coisas que acontecem”, frisou.
O italiano Marco Bezzechi (Ducati) chega como líder do campeonato, com 64 pontos.
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