O Grande Prémio da Áustria em Fórmula 1 ficou marcada pela vitória de Leclerc em pista mas também por vários relatos de comportamentos racistas, homofóbicos e de assédio sexual no circuito Redbull Ring, em Spielberg. A prova principal, este domingo, domingo contou com 105 mil pessoas nas bancadas, metade delas oriundas dos Países Baixos, no apoio ao neerlandês Max Verstappen.
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A organizadora da Fórmula 1 diz-se chocada com os relatos vindos da Áustria e reforça que "não será tolerado".
"Tomámos conhecimento de relatos de que alguns adeptos foram alvo de comentários completamente inaceitáveis durante o Grande Prémio. Levámos estas questões muito a sério e levámos este tema ao promotor do evento e à segurança. Este tipo de comportamento é inaceitável e não será tolerado", pode-se ler numa publicação da F1 nas redes sociais.
Antes, Lewis Hamilton, piloto da Mercedes conhecido pela defesa da igualdade e de outras causas no paddock e não só, tinha repudiado os relatos feitos por várias pessoas nas redes sociais, principalmente mulheres, que foram assediadas durante os três dias da prova, por alegados adeptos de Max Verstappen e da Red Bull.
"Enojado e desapontado por saber que alguns fãs enfrentaram comentários racistas e homofóbicos e outro tipo de abusos no circuito este fim de semana. Assistir ao Grande Prémio da Áustria, ou outro qualquer, não deve ser uma fonte de ansiedade ou dor para os fãs. Algo tem de ser feito de forma a que as corridas sejam seguras para todos", escreveu o piloto britânico nas redes sociais.
Sebastian Vettel, outra das principais vozes no 'paddock' na defesa da igualdade, sublinhou que os responsáveis deviam ser banidos das corridas.
"Quem quer que sejam estas pessoas, elas deviam ter vergonha e deviam ser banidas para sempre. Devia haver tolerância zero. Se as pessoas estão a divertir-se e bebem demasiado, tudo bem, mas isso não justifica nem desculpa comportamentos errados", condenou o piloto alemão da Aston Martin.
Verstappen também condenou os ataques: "Estas coisas não deviam acontecer. Li coisas verdadeiramente chocantes. Nem precisaria dizer isto, devia ser do senso comum. Estas coisas não podem acontecer."
Além do assédio a várias mulheres, alguns adeptos que identificados com as cores da Mercedes sofreram insultos racistas e homofóbicos.
Nas redes sociais, multiplicaram-se os relatos de pessoas que foram assediadas.
"Estava de vestido ontem e um grupo de cinco fãs holandeses levantaram o meu vestino. Quando os confrontei, disseram-que os fãs de Hamilton não mereciam qualquer respeito. As coisas não melhoraram muito hoje, mas ao menos estão apenas a fotografar-me, a mim e ao meu casaco – é personalizado, logo ao olhar para ele, vão saber quem eu apoio. Nunca mais volto ao GP da Áustria", escreveu uma adepta da Fórmula no Instagram com o perfil @teamlhnetherlandss
"O comportamento tem sido… dececionante. As minhas expectativas eram baixas, mas caramba – ofensas racistas, homofóbicas, piropos, conversas inapropriadas, toques, e a lista vai longa", escreveu outro internauta no Instagram com o perfil @formulena.
"Entendo-te perfeitamente. Também estou no circuito e vi coisas horríveis. A rapariga que vende gelados (que está a trabalhar) é assediada por velhos bêbados a toda a hora. É horrível", respondeu outra mulher que esteve nas bancadas e que tem o perfil @vettelsunshine no Instagram.
A Red Bull também condenou o que aconteceu nas bancadas do Redbull Ring.
"Ao mesmo tempo que apreciamos o fervoroso apoio da maioria dos adeptos em Spielberg este fim de semana, estamos chocados em ouvir que houve relatos de comportamento completamente inaceitáveis nas bancadas e espaços para o público. Esperamos que a segurança e as autoridade lidem com isso rapidamente. Não há lugar para este tipo de coisas nas corridas ou na sociedade como um todo. Valorizamos a inclusão e queremos que a F1 seja um lugar seguro para os nossos adeptos aproveitarem este desporto", escreveu a Red Bull, em comunicado.
O piloto monegasco Charles Leclerc (Ferrari) venceu, este domingo, o Grande Prémio da Áustria, 11.ª prova do Mundial de Fórmula 1, e recuperou terreno para o líder do campeonato, o neerlandês Max Verstappen (Red Bull).
Leclerc concluiu as 71 voltas ao Red Bull Ring com 1,532 segundos de vantagem sobre o Verstappen, que foi segundo, e 41,217 sobre o britânico Lewis Hamilton (Mercedes), que foi terceiro classificado.
Com estes resultados, Verstappen, que fez a volta mais rápida da corrida, mantém a liderança do campeonato, com 208 pontos, enquanto Leclerc está, agora, em segundo, com 170.
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