A Federação Internacional do Automóvel (FIA) deu “mais uma prova de confiança” ao país com a 14.ª inclusão consecutiva do Rali de Portugal no Mundial de ralis (WRC), vincou hoje o presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP).
“Esta notícia não foi propriamente uma novidade. Desde que começámos a fazer de novo o Rali para o campeonato do Mundo, fomos cumprindo sempre o caderno de encargos e transformando-o no melhor rali do mundo, não só em termos de organização, como de público e de posicionamento do público”, observou à agência Lusa Carlos Barbosa.
Ininterruptamente presente no Mundial desde 2008, apesar do cancelamento em 2020 devido à pandemia de covid-19, a 55.ª edição do Rali de Portugal será a quarta etapa em 2022, a primeira em terra e gravilha, de 19 a 22 de maio, anunciou hoje a organização.
“Penso que Portugal tem, sobretudo no centro e no norte, as melhores especiais e troços para rali. Os pilotos adoram vir cá correr, o povo português é extremamente simpático, as terras recebem muito bem as pessoas e faz-se uma grande festa. Obviamente, marcas e pilotos, bem como a própria FIA, estão interessadas em ter os ralis onde as pessoas se sintam bem e haja bastante público. Como é o caso, o Rali é para continuar”, afiançou.
O calendário do Mundial de 2022 de WRC foi hoje aprovado pelo conselho mundial do desporto automóvel da FIA, com início no Mónaco, com o Rali de Monte Carlo, entre 20 e 23 de janeiro, e fim de 10 a 13 de novembro, no Japão, que estava ausente desde 2010.
“O Rali de Portugal não vai mudar em relação à última edição no que diz respeito ao percurso. Vai haver uma ou duas novidades, que serão anunciadas muito brevemente e têm a ver com as negociações que ainda estamos a fazer com as autarquias”, explicou Carlos Barbosa, líder da entidade responsável pela organização da etapa em solo luso.
O percurso definitivo tem de ser entregue à FIA “até daqui a um mês e meio”, tendo em vista a 50.ª edição do Mundial de ralis, que apresenta um calendário ampliado de 13 provas, nove das quais sediadas na Europa, uma em África, uma na Ásia e uma na Oceânia, enquanto outra etapa, a realizar de 18 a 21 de agosto, aguarda por definição.
A próxima época vai passar a incluir “espetaculares carros” com motores híbridos, na perspetiva do presidente da ACP, numa das mais profundas mudanças na história da competição, que permitirá a este desporto automóvel erguer um futuro mais sustentável.
“Os carros farão todos os percursos de ligação por modo elétrico. Durante as etapas e troços, têm acesso a mais potência quando estão no limite da sua carga elétrica. São carros diferentes. Apesar de mais potentes, são menos rápidos de ponta”, enquadrou, sobre veículos que irão dispensar o consumo de combustíveis fósseis para se moverem.
Antes da interrupção em 2020, o Rali de Portugal realizou-se sempre desde 1967 e integrou o campeonato do Mundo em 41 edições, a primeira das quais em 1973.
Excluindo as seis primeiras, a mais longa ausência da prova ocorreu entre 2002 e 2006, tendo também sido excluído em 2008, ao abrigo da política de rotação então em vigor.
“Maior competitividade em 2022? Tem muito a ver com o desenvolvimento dos carros. Algumas marcas ainda os têm um pouco atrasados, mas outras já os têm adiantados. Estamos à espera, mas com certeza em Monte Carlo irão estar todos os carros prontos para que seja novamente um campeonato disputadíssimo”, concluiu Carlos Barbosa.
O finlandês Markku Alén (1975, 1977, 1978, 1981 e 1987) e o francês Sébastien Ogier (2010, 2011, 2013, 2014 e 2017), sete vezes campeão do mundo e atual líder do campeonato, são os pilotos com mais vitórias na prova lusa, com cinco triunfos cada.
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