O selecionador Hugo Silva admitiu hoje que a participação de Portugal na Liga das Nações de voleibol será de “dificuldade elevada”, mas o objetivo traçado passa por disputar a permanência para 2020.

“Nunca jogámos uma prova a este nível. Nem mesmo a antiga Liga Mundial tinha uma competição em que o valor desportivo das diferentes seleções era tão alto”, considerou Hugo Silva em declarações à Lusa.

A Liga das Nações, sucessora da Liga Mundial, é uma prova intercontinental disputada por 16 seleções, sendo que 12 são ‘fixas’ e quatro são ‘desafiadoras’, como é o caso, na edição de 2019 de Portugal, Canadá, Bulgária e Austrália.

A última classificada destas quatro seleções desce à Golden European League, sendo substituída pela vencedora da Challenger Cup.

“Ao contrário do que se passava na Liga Mundial, em que podia ter seleções convidadas com um nível competitivo mais baixo, a participação na Liga das Nações só está ao alcance das equipas geralmente habituadas a disputar os Campeonatos do Mundo e os Jogos Olímpicos”, frisou Hugo Silva.

O selecionador recordou que Portugal está “por mérito” na segunda edição da Liga das Nações, por ter vencido a Challenger Cup, e que vai aproveitar a presença entre as melhores seleções do mundo para “desfrutar da competição, fazer crescer os jogadores e promover ao máximo o voleibol português”.

“Mas, temos de admitir que vai ser muito difícil para nós”, considerou Hugo Silva, que apontou ainda a permanência na Liga das Nações de 2020 como “o objetivo mais desafiante” e para o qual a seleção portuguesa tem de ficar à frente de uma das outras três ‘desafiadoras’.

Por capricho do ordenamento da Liga das Nações, que tem o seu início na sexta-feira, o torneio de estreia de Portugal juntou as seleções igualmente ‘desafiadoras’ do Canadá e da Bulgária, tendo como anfitrião a Argentina, em Mendoza.

“Não nos podemos esquecer que das 16 equipas só quatro é que podem descer da Liga das Nações à Golden European League e dessas, qual a mais difícil, pois [para além de Portugal] estamos a falar do Canadá, da Bulgária e da Austrália”, disse.

O selecionador gostaria de ter tido mais tempo para analisar melhor os adversários diretos de Portugal na luta pela permanência [neste caso o Canadá e a Bulgária].

“Mas isso faz parte da prova. Sem criar grandes expectativas vamos jogo a jogo ver o que esta competição nos pode trazer e aguardar para ver o nível de cada um e ver se é possível surpreender uma ou outra equipa”, explicou Hugo Silva.

A seleção portuguesa realizou durante a semana passada um estágio no Chile, coroado com três triunfos em jogos de preparação sobre a congénere local, por 3-1, 3-2 e 3-0, num processo integrado na habituação ao fuso horário da Argentina.

“Aquilo que encontrámos no Chile foi o ideal em função da distância para a Argentina, no que toca à adaptação em relação ao fuso horário. Nesse aspeto foi bom, tal como foram muito positivos os jogos”, considerou Hugo Silva.

Chegada à Argentina, a seleção das ‘quinas’ realizou dois jogos de preparação com a anfitriã do torneio e o resultado foi bem diferente, com a derrota por duas vezes pela margem máxima de 3-0.

“Os jogos com o Argentina mostraram já o nível desta competição. Uma equipa que não sendo das melhores da Liga dos Nações nos causou imensas dificuldades”, disse Hugo Silva, consciente de que Portugal irá encontrar essas dificuldades contra todas as equipas.