O selecionador português de voleibol, Hugo Silva, apontou hoje como “objetivo ambicioso” para o campeonato da Europa de 2021 “fazer o que ainda não foi feito”, em edições anteriores, que é “passar à fase a eliminar”.

“Temos de perceber que estamos na final do Europeu. Uma competição das mais importantes da modalidade e de um grau de dificuldade máximo e, independentemente do que se conseguir, o estar numa fase final, enquanto seleção nacional portuguesa, já é um prémio”, disse Hugo Silva à agência Lusa.

Portugal vai disputar o seu sexto Europeu, segundo consecutivo, integrado no Grupo A, a decorrer em Cracóvia, juntamente com as seleções da Polónia (bicampeã mundial), Sérvia (campeã europeia), Bélgica, Ucrânia e Grécia. Os quatro primeiros apuram-se para os oitavos de final (fase a eliminar).

“É um grupo difícil. Talvez o mais difícil. Onde temos o bicampeão do mundo [Polónia], o campeão europeu [Sérvia], o sétimo [Ucrânia] e o nono [Bélgica] classificados do ultimo europeu e depois a Grécia, que ficou à nossa frente em 2019”, justificou.

Há dois anos, a seleção portuguesa falhou a presença nos ‘oitavos’ por apenas um ponto, ao terminar na quinta posição do grupo, em igualdade pontual com a Roménia e a Grécia, que beneficiou da melhor diferença de pontos no desempate a três.

Apesar das dificuldades, e independentemente dos resultados que a seleção portuguesa vier a alcançar, o selecionador defende que “nunca se poderá dizer que são maus, porque chegar à fase final do Europeu era o grande objetivo”.

“Temos a noção que das cinco ou seis presenças em fases finais de Europeus em toda a história do voleibol português nunca conseguimos passar a uma fase seguinte e esse é o nosso grande desafio”, defendeu o selecionador nacional.

Hugo Silva quer, por isso, “dar um passo em frente” e “tentar fazer o que ainda não foi feito”, que é passar pela primeira vez à fase seguinte da competição (a eliminar), e “esperar o que possa acontecer” e “ter um bocadinho de sorte pelo meio”.

“Estamos a trabalhar no duro para isso há cinco semanas. Não será pela falta de trabalho, empenho, dedicação e entrega de todos os atletas se não o conseguirmos. É porque, de facto, os outros são melhores”, defendeu.

O selecionador admitiu que as seleções, a este nível, “não têm nada a esconder, todas se conhecem muito bem umas as outras”, e a única diferença é que umas podem estar em vantagem pelo facto de terem competido em Tóquio2020.

“As que estiveram nos Jogos Olímpicos [casos da França, campeã, no grupo D], Rússia [vice-campeã, no C], Itália [no B] e Polónia [no A, de Portugal], vêm com um ritmo muito forte, e até podem aparecer mais fortes do que em Tóquio”, disse.

Hugo Silva abordou ainda o processo de renovação em curso na seleção, com as chamadas dos estreantes centrais Miguel Sinfrónio e José Pedro Andrade, considerando que a sua inclusão dá “alguma esperança naquilo que poderá ser o futuro da modalidade”.

A fase final do Europeu, que arranca quarta-feira e decorre até 19 de setembro, vai ser repartida por quatro países anfitriões – Polónia, Finlândia, Estónia e República Checa – e envolve a participação de 24 seleções.

A seleção portuguesa estreia-se na quinta-feira na competição, frente à anfitriã e bicampeã mundial Polónia, em Cracóvia, em jogo que terá inicio às 17:30 locais (16:30 em Lisboa).

- Lista dos 14 convocados:

Distribuidores: Miguel Rodrigues (Cuprum Lubin, Pol) e Tiago Violas (Benfica).

Centrais: Phelipe Martins (Leixões), Miguel Sinfrónio (Benfica), Filip Cveticanin (Sporting de Espinho) e José Pedro Andrade (Esmoriz).

Zona 4: Alexandre Ferreira (Seoul Woori Card Wibee VB, Cor), André Lopes (Benfica), Lourenço Martins (SAEMS Tourcoing, Fra) e André Marques (Castêlo da Maia).

Opostos: Marco Ferreira (Al Jazira SC, EAU) e Hugo Gaspar (Benfica).

Líberos: Gil Meireles (Sporting) e Ivo Casas (Benfica).